Entenda como os fogachos afetam a
qualidade de vida e por que o cuidado humanizado deve começar com escuta atenta
no consultório
Calor intenso mesmo com o ar-condicionado ligado. Rosto vermelho,
suor excessivo, sensação de mal-estar, irritabilidade e dificuldade para
dormir. Esses sintomas, muitas vezes relatados por mulheres a partir dos 40
anos, são mais comuns do que se imagina e merecem atenção redobrada dos
profissionais de saúde. Estamos falando dos fogachos, também conhecidos como
ondas de calor, uma das manifestações mais incômodas da transição hormonal que
marca o climatério e a menopausa.
Segundo o ginecologista Dr. Ricardo Bruno, Diretor Médico
da Exeltis Brasil, os fogachos são sintomas clássicos do
climatério, causados pela queda dos níveis de estrogênio, que afeta diretamente
o centro termorregulador do cérebro. "É por isso que, mesmo em
ambientes frios, a mulher sente um calor repentino e intenso, acompanhado de
vermelhidão, sudorese e aceleração dos batimentos. Trata-se de uma
instabilidade térmica desconfortável, que pode prejudicar muito a qualidade de
vida", explica.
Essas ondas de calor não aparecem apenas após a última
menstruação. Elas podem começar ainda na fase de perimenopausa, quando os
ciclos menstruais já estão irregulares. "Se surgem antes dos 40 anos, é
um sinal de alerta para investigar uma possível menopausa precoce. Nesses
casos, é essencial buscar orientação com o ginecologista e avaliar os níveis
hormonais", destaca o médico.
Mas os fogachos raramente vêm sozinhos. Eles costumam ser
acompanhados de insônia, irritabilidade, ansiedade, alterações de humor e queda
de libido. “Muitas vezes as pacientes relatam que estão bem, mas afirmam que
não dormem direito. Isso já é um sinal importante do climatério, que pode ser
confundido com estresse ou cansaço. O papel do ginecologista é escutar com
atenção e investigar", reforça o especialista.
Para aliviar os sintomas, a terapia hormonal com estrogênio e
progesterona ainda é a opção mais eficaz e cientificamente comprovada. Mas há
outras alternativas que incluem medicamentos de ação central, ansiolíticos e
suplementos com fitoestrógenos. Mudanças no estilo de vida também fazem
diferença.
"A prática de exercícios físicos é essencial, assim como uma
alimentação balanceada rica em proteínas, vitaminas e minerais como cálcio,
vitamina D, ferro e magnésio. Manter um estilo de vida saudável ajuda a reduzir
os sintomas e previne complicações futuras como osteoporose e doenças
cardiovasculares",
orienta o Dr. Ricardo.
Ele também alerta que muitas mulheres só procuram ajuda quando os
sintomas já estão intensos. "O ideal é que, ao perceber qualquer
mudança no corpo, no sono ou no humor, a mulher busque conversar com seu
ginecologista. Mesmo sem sintomas, é importante entender o que vem pela frente
e planejar o cuidado de forma preventiva."
Exeltis
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