Do uso frequente de analgésicos à baixa ingestão de
água, veja quais atitudes do dia a dia colocam sua saúde renal em risco
Você
provavelmente não pensa nos seus rins com frequência, ao menos que perceba algo
diferente. Mas o problema é justamente esse: os rins podem sofrer por anos sem
apresentar sintomas visíveis. Quando sinais como inchaço, cansaço excessivo ou
alterações na urina aparecem, muitas vezes a função renal já está comprometida.
Embora
a doença renal crônica (DRC) afete cerca de 10% da população mundial, segundo a
Sociedade Brasileira de Nefrologia, muitos casos poderiam ser evitados com
mudanças simples no dia a dia. “A maioria das pessoas não percebe que hábitos
rotineiros, aparentemente inofensivos, podem comprometer a saúde dos rins a
longo prazo”, alerta o Dr. Bruno Zawadzki, nefrologista e diretor médico da
DaVita Tratamento Renal.
1. Uso excessivo de anti‑inflamatórios e analgésicos
O uso frequente de medicamentos como ibuprofeno e diclofenaco, sobretudo sem orientação médica, compromete o fluxo sanguíneo renal e sobrecarrega os rins.
Além disso, automedicação com antibióticos ou diuréticos sem indicação pode
resultar em nefrotoxicidade, causando danos a longo prazo.
2. Ingestão inadequada de água
Beber
pouca água impede a eliminação de toxinas e favorece a formação de cálculos
renais. “Uma média de 2 litros por dia é ideal, mas pode variar de pessoa para
pessoa”, explica Zawadzki.
Para
pacientes renais, especialmente em dias quentes, manter a hidratação é ainda
mais crucial. “Os rins já têm dificuldade em regular o equilíbrio de fluidos e
eletrólitos. Em dias quentes, a perda de líquidos pelo suor pode agravar a
função renal e levar a complicações sérias”, complementa.
3. Sedentarismo
A
inatividade está associada ao desenvolvimento de pressão alta e diabetes,
principais causas da doença renal. Exercícios regulares ajudam a controlar o
peso, a circulação e a saúde cardiovascular.
“Exercícios
aeróbicos como caminhadas e natação são excelentes para melhorar o
condicionamento físico e funções cardiovasculares”, destaca o nefrologista.
4. Tabagismo
Fumar
afeta diretamente a saúde dos rins, ainda que muitos não façam essa associação
de imediato. As substâncias tóxicas do cigarro como nicotina, alcatrão e
monóxido de carbono comprometem a circulação sanguínea, inclusive nos vasos que
irrigam os rins.
Isso
reduz o suprimento de oxigênio e nutrientes ao tecido renal, prejudicando sua
função de filtragem.
5. Consumo excessivo de álcool
Embora
o consumo ocasional e moderado de bebidas alcoólicas não seja, por si só, um
fator direto de dano renal em pessoas saudáveis, o excesso de álcool pode
causar sérios prejuízos aos rins. O álcool é uma substância diurética, ou seja,
aumenta a perda de líquidos e favorece a desidratação, o que dificulta a função
de filtragem renal.
Além
disso, o consumo excessivo sobrecarrega o fígado, que trabalha em conjunto com
os rins para eliminar toxinas do organismo. Quando o fígado está comprometido,
os rins precisam trabalhar ainda mais.
“O
álcool leva toxinas e componentes agressivos para os rins e fígado, pode causar
hipertensão e evoluir para um problema renal”, detalha o especialista.
6. Negligência dos sintomas precoces
Um
dos grandes desafios no diagnóstico da doença renal é sua evolução silenciosa.
“Muitas pessoas associam a doença renal a sintomas evidentes, mas os sinais
iniciais podem ser sutis e facilmente atribuídos a outras causas”, alerta o Dr.
Bruno Zawadzki.
Por
isso, o acompanhamento médico regular é essencial, principalmente para quem tem
fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade ou histórico familiar de
problemas renais. Exames simples, como dosagem de creatinina no sangue e
presença de proteína na urina, podem detectar alterações ainda em fases
precoces e evitar a progressão da doença.
“Quem
tem histórico familiar ou doenças associadas deve fazer check-ups anuais. A
detecção precoce permite iniciar o tratamento antes que os danos aos rins se
tornem irreversíveis”, finaliza Zawadzki.
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