Uma rotina de estudos assertiva é vital para o sucesso dos estudantes
A
pandemia da Covid-19 causou diversos impactos na população, inclusive nos
estudantes. Para se ter uma ideia, de acordo com uma pesquisa realizada pelo C6
Bank em parceria com o Datafolha, 46% das crianças e adolescentes relataram
estar com dificuldade no processo de aprendizagem após o ano de 2020, dado que
reforça a necessidade de uma rotina de estudos assertiva.
Embora
a experiência de aprendizagem
nos ambientes escolares seja imprescindível, ela não necessariamente ajuda na
fixação do conteúdo. Isso decorre da revisão, pois é nesse momento que as dificuldades
são identificadas e as dúvidas geradas. Por isso, é essencial que os estudantes
definam uma rotina, bem como as melhores metodologias e tecnologias, para que o
equilíbrio entre os estudos e o lazer aconteça. Dessa maneira, é possível
mitigar dificuldades e atingir resultados mais satisfatórios, principalmente
nos vestibulares.
A importância de criar uma rotina de estudos
Um
dos primeiros passos para criar uma rotina de estudos é escolher o método mais
adequado, que pode variar de acordo com a rotina de cada estudante. Essa
definição se faz necessária, pois depois de usar a memória de curto prazo para
compreender o conteúdo, o estudante precisa adotar estratégias que ajudem a
fixar esse conhecimento na memória de longo prazo.
Dado
que a memória de curto prazo tem um tempo estimado entre 1 e 6 horas de
duração, o estudante necessariamente precisa revisitar o conteúdo aprendido
dentro desse espaço de tempo, a fim de fixar os conteúdos que poderão ser
lembrados em momentos decisivos, como em avaliações e concursos.
Dicas de métodos aplicáveis
Um
método muito recomendado consiste no estudante ensinar a matéria para o
espelho, ou seja, para si mesmo. Segundo a pirâmide de aprendizagem pensada
pelo psiquiatra americano William Glasser, a porcentagem de retenção do
conteúdo quando se ensina para outras pessoas é de 95%.
Mesmo
que não se tenha domínio do conteúdo, falar sobre o assunto em voz alta, explicando
da própria maneira, ativa diversas partes sensoriais do corpo, que são
reativadas no momento da prova, trazendo as memórias necessárias para relembrar
os principais pontos da matéria.
Além
desse, existe o método Pomodoro, criado pelo italiano Francesco Cirillo, que
consiste em dividir o estudo em intervalos de 25 minutos, chamados de
pomodoros, colocando uma pausa de 5 minutos entre cada um. Dessa forma, o
cérebro consegue descansar e retomar os estudos com uma melhor velocidade e
rendimento.
Outra
dica é acionar a coordenação pedagógica da instituição de ensino, que pode
ajudar a identificar e escolher o melhor método, capaz de auxiliar o estudante
a ter êxito em seus objetivos acadêmicos sempre de acordo com os conteúdos
vistos no ambiente de aprendizagem.
Independentemente
do método escolhido, é importante que o estudante se envolva totalmente no
processo e mantenha uma postura ativa diante de seu aprendizado. Quanto mais
engajado ele estiver com o tema, mais aprende efetivamente sobre ele.
Tecnologia: uma aliada nessa jornada
O
avanço da tecnologia
também têm ajudado a rotina de estudo de crianças e jovens. Atualmente, existem
diversas ferramentas e vídeos na internet que conseguem aprimorar a experiência
de aprendizagem.
Plataformas
de simulados, por exemplo, conseguem mapear o desempenho e identificar as
dificuldades em cada matéria. Isso é de extrema valia no Ensino Médio, quando
os estudantes estão se preparando para os vestibulares, pois os professores
conseguem identificar déficits e, assim, auxiliar no cronograma de estudos de
uma forma mais assertiva.
Mas,
é preciso tomar cuidado para que a tecnologia não se torne uma distração. Os
celulares, tablets e computadores, no momento do estudo, devem ser utilizados
exclusivamente para a aprendizagem e não para outros fins.
Escola e família: aliança poderosa
Mesmo
com a definição de um cronograma e a escolha do melhor método, ainda existem
empecilhos nessa jornada que dificultam a realização de uma rotina de estudos
eficaz, como o dia a dia familiar. Isso pode virar um problema quando o
estudante vive em um ambiente movimentado, sem a possibilidade de estudar em um
lugar silencioso. Inclusive, ainda de acordo com a pesquisa do C6Bank, dois em
cada cinco estudantes relataram perda da capacidade de concentração após a
pandemia.
Desafios
como esse podem ser identificados durante conversas com os estudantes e, nestes
casos, a coordenação deve conscientizar a família
para que seja definido os melhores horários para o estudo, um ambiente
tranquilo e sem distrações, para garantir a aprendizagem completa.
Por
fim, é importante ressaltar que, mesmo com o apoio das técnicas elencadas, o
acompanhamento dos profissionais de ensino dia após dia é essencial. Apenas
dessa maneira é possível acompanhar a progressão de perto e garantir melhores
níveis de aprendizagem, lembrando sempre que aprender não é decorar ou
simplesmente memorizar; é experienciar, fazer parte e praticar.
Fernanda Cifali - Orientadora Educacional das Séries Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio da unidade do Rio de Janeiro da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário