Como a desinformação afeta o aprendizado e o pensamento crítico
O ambiente digital trouxe grandes avanços, mas também desafios significativos. Entre eles, a disseminação de fake news afeta a educação infantil, confundindo informações reais e prejudicando a formação crítica das crianças. Estudos do MIT revelam que notícias falsas se espalham 70% mais rápido do que as verdadeiras, principalmente pelo tom emocional e o senso de urgência que incentivam o compartilhamento. Em um cenário onde mais de 24 milhões de crianças e adolescentes são usuários de internet no Brasil, é fundamental preparar os jovens para identificar e combater a desinformação.
Para enfrentar esse problema, a alfabetização
midiática torna-se essencial. Segundo a UNESCO, essa prática capacita as
pessoas a compreenderem as funções da mídia, avaliarem criticamente os
conteúdos e tomarem decisões baseadas em informações verificadas. No Brasil,
31% dos adolescentes entre 11 e 17 anos afirmam que não sabem verificar se uma
informação é verdadeira ou falsa. Esse dado evidencia a necessidade urgente de
incluir o ensino de checagem de fontes e identificação de fake news nas
escolas.
Como proteger as crianças das fake news?
Segundo Angel Higuera, educador na Escola do Futuro Brasil, as crianças devem ser incentivadas a questionar conteúdos antes de compartilhá-los, desenvolvendo um olhar mais crítico sobre a informação que consomem. “Mostrar a importância de buscar dados em sites confiáveis ajuda a evitar a disseminação de notícias falsas. O estímulo ao pensamento crítico através de debates em sala de aula também é essencial, permitindo que os estudantes aprendam a analisar a veracidade dos fatos. A discussão sobre a idade mínima para o uso de redes sociais é um fator importante nesse contexto, pois limita o acesso a informações potencialmente prejudiciais. O fortalecimento dos laços entre escola, família e comunidade deve ser promovido para que os jovens sejam constantemente orientados sobre boas práticas no ambiente digital”, explica.
As fake news podem causar danos significativos na
educação, podendo levar à ausência escolar, gerar insegurança nas famílias e
comunidades, promover pessoas mal-intencionadas e incentivar o uso de
medicamentos prejudiciais. Além disso, a desinformação compromete a confiança
na ciência e pode levar à rejeição de orientações oficiais, prejudicando a
formação dos estudantes e impactando sua percepção da realidade.
O papel dos pais e da escola
A escola é fundamental na educação midiática,
implementando atividades que ensinem os estudantes a analisar criticamente
conteúdos digitais. “Precisamos preparar as crianças para questionar e
verificar a veracidade das informações que consomem, tornando-as cidadãos
digitais mais conscientes e responsáveis”, complementa o educador da EDF. Os
pais também desempenham um papel essencial nesse processo. Incentivar o diálogo
em casa, ensinar a verificar informações e estabelecer limites para o uso de
redes sociais são atitudes fundamentais para proteger as crianças da
desinformação. A colaboração entre escola e família é essencial para garantir
que as novas gerações cresçam preparadas para um mundo digital mais seguro e
informado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário