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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

"Virose e arrastão são o ‘apagão’ no litoral de SP nesta alta temporada”, alerta Federação

Fhoresp oficiou governador, pedindo providências nas áreas Sanitária, Ambiental e de Segurança Pública; prejuízos no Turismo da Baixada Santista tem impactado 52 setores da Economia

 

A crescente onda de virose na Baixada Santista, a falta de água no litoral norte e os arrastões ocorridos no Guarujá-SP preocupam a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). A entidade, que representa mais de 500 mil empresas, recebeu relatos de cancelamentos de reservas nesta temporada e teme prejuízos no Turismo. Com receio de piora na situação - um “apagão” com a debandada dos visitantes - a entidade oficiou Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), para que o governador de São Paulo tome providências, no sentido de mitigar danos. 

Entre os pedidos feitos pela Federação, em documento protocolado nesta terça-feira (7/1), está a articulação com autoridades sanitárias estaduais e locais para a adoção de medidas emergenciais e preventivas relacionadas ao surto de virose que afeta sobremaneira, desde meados de dezembro, o litoral sul. De acordo com a Fhoresp, embora este tipo de enfermidade seja mais comum nesta época do ano, há na Baixada Santista um “agravamento desproporcional” e que se funde a outro problema não menos importante: os arrastões: 

“É um combo explosivo: virose em surto e arrastões. É o ‘apagão’ do nosso litoral. Dias atrás, turistas ainda foram assaltados e baleados no Guarujá. Um, infelizmente morreu. O Estado precisa intervir, nas áreas Ambiental, Sanitária e na Segurança Pública. Senão, o verão, um dos períodos mais fortes para o Turismo, será catastrófico para o setor. Essas ocorrências, afinal, afastam o turista. Sem contar que, muitos hotéis, restaurantes e bares do litoral dependem da alta temporada para sair do vermelho e compensar o baixo fluxo ao longo do ano”, alerta Édson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp. 

O litoral paulista é o destino preferido para as férias de verão e tinha taxa de ocupação esperada de 95% para a virada de ano, segundo a Fhoresp. Sobre a virose, o representante da entidade ainda faz um alerta quanto à confiança do turista para o resto do ano: 

“Desde dezembro, milhares de pessoas que passaram pela Baixada Santista procuraram ajuda médica por conta de virose. Mesmo com as subnotificações, que são significativas, os contaminados, entre munícipes e visitantes, abarrotaram postos médicos e farmácias. Não se sabe se este surto está acontecendo por causa da água do mar, ou da água corrente. O problema é isso interferir na opinião do turista. Será que ele vai se sentir seguro em voltar para a Baixada Santista? A imagem do nosso litoral está seriamente comprometida”, complementa o representante da Federação. 

Dias antes do Réveillon, moradores e visitantes de Santos-SP, de Praia Grande-SP e de Guarujá começaram a relatar casos de vômito, de dor abdominal e de diarreia. Unidades de Pronto-Atendimento (PA) ficaram super lotadas. Nas farmácias, também foi registrada a falta de remédios para combater os sintomas. A situação teve um pico nos primeiros dias do novo ano e ainda não está controlada: 

“Os empresários do Turismo fazem investimentos em equipamentos, contratação de mão-de-obra extra e compram estoques maiores, pois, em regra, vão ter maior demanda nesta época do ano. Agora, o momento é de grande apreensão. Já temos relatos de cancelamentos de reservas, e não somente nos hotéis, mas, também, de locações residenciais de temporada”. 

Édson Pinto também não descarta demissões no setor de Hotéis, Restaurantes e Bares, uma vez que, os prejuízos no Turismo da Baixada Santista já impactaram 52 setores da Economia:

“Podemos ter, inclusive, desemprego, caso essa situação persista”, lamenta o executivo.

 

Falta de água

No ofício endereçado a Tarcísio, a Fhoresp aponta, ainda, a falta de abastecimento de água no litoral norte - outra região de alto fluxo nas férias de janeiro: 

“Sem água potável, a permanência dos turistas e o próprio funcionamento de todo o trade turístico acabam sendo prejudicados”.

 

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