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terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Pesquisa revela custos de R$ 5,7 mi em internações por ansiedade generalizada

 

O transtorno da ansiedade generalizada é um distúrbio caracterizado pela preocupação
excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle
Freepik

Dados da Planisa e do DRG Brasil, do período de 2022 a novembro de 2024, reforçam tendência de aumento do diagnóstico do distúrbio; janeiro é marcado por campanha de conscientização do cuidado à saúde mental e emocional 

 

Em 2024, a palavra do ano para a maioria dos brasileiros foi “ansiedade“, de acordo com a 9ª edição da pesquisa conduzida pela CAUSE em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA e PiniOn. Neste mês, a campanha “Janeiro Branco” foca sobre a importância de cuidar da saúde mental e emocional, e um levantamento feito pela Planisa (líder em gestão de custos hospitalares na América Latina), junto ao DRG Brasil, reforça essa questão. 

A pesquisa analisou um total de 51.448.927 atendimentos hospitalares de pacientes nos anos de 2022, 2023 até novembro de 2024, em 442 hospitais públicos e privados do país, o que corresponde a 2.202 internações por ansiedade generalizada (CID F411), que geraram custos totais de R$ 5.655.225,00 no período. A progressão dos dados da população pesquisada pela Planisa reforça a forte tendência, já comprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de crescimento do distúrbio mental entre os brasileiros.
 
No último grande mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela OMS, o Brasil figura com a população de maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo, sendo os jovens os mais afetados. O excesso de redes sociais está associado a 45% dos casos de ansiedade em jovens de 15 a 29 anos, aponta levantamento do Panorama da Saúde Mental de 2024. Desemprego, instabilidade econômica e falta de segurança pública estão entre os principais gatilhos para a alta prevalência de transtornos de ansiedade. 

“Sabemos que a rede pública de saúde, em especial o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta dificuldades estruturais, como superlotação e falta de recursos financeiros, que dificultam a implementação de estratégias eficazes para tratar transtornos como o de ansiedade generalizada. A sobrecarga no sistema leva a uma escassez de leitos e acompanhamento intensivo, o que, em alguns casos, resulta em internações mais curtas, sem um tratamento aprofundado”, fala o diretor de Serviços da Planisa e especialista em gestão de custos hospitalares, Marcelo Carnielo.  

Ele ressalta ainda que, por outro lado, muitos pacientes recorrem a hospitais privados para garantir um tratamento mais especializado e personalizado, o que pode acarretar custos elevados. “O custo dos tratamentos, sobretudo em situações de internação, pode ser uma barreira significativa para muitas pessoas com transtorno de ansiedade generalizada”, pontua.

Pelo estudo, em 2022, a incidência de ansiedade generalizada por 100.000 habitantes foi de 3,4. No ano seguinte, o número chegou a 4,7, com estimativa de fechar em 4,6 em 2024. 

O transtorno da ansiedade generalizada (TAG) é um distúrbio caracterizado pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais sintomas como inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.

 

Quebra do preconceito 
 
Ainda há muito estigma relacionado aos transtornos mentais, especialmente em uma sociedade que, com frequência, minimiza os problemas nesse âmbito. Pacientes com ansiedade generalizada, muitas vezes, enfrentam dificuldades em procurar tratamento devido ao medo de julgamento, o que contribui para o agravamento dos sintomas antes que a internação se torne necessária. 

“Investir em campanhas de educação, acesso a terapias psicológicas e suporte emocional é uma estratégia eficiente para prevenir o agravamento dessas condições. Quando a população tem acesso a cuidados preventivos, reduz-se a necessidade de internações, que são significativamente mais onerosas para o sistema de saúde”, salienta Carnielo. “A conscientização do cuidado à saúde mental não é apenas uma questão de humanização, mas também de sustentabilidade financeira para o sistema hospitalar. Adotar uma abordagem integrada para o cuidado mental, que inclua prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado, beneficia tanto os pacientes quanto a gestão dos recursos hospitalares”, conclui.

 Planisa


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