Especialista em reprodução humana
explica até que idade as mulheres podem engravidar com seus próprios óvulos e
como a preservação da fertilidade pode ser uma aliada para planejar a
maternidade com segurança
A maternidade tem sido cada vez mais postergada, graças aos avanços da medicina a escolha pela gravidez em uma idade mais avançada não significa mais um impedimento. Segundo dados divulgados pelo IBGE em março deste ano, o número de mulheres que optaram pela maternidade somente após os 40 anos cresceu 65,7% em 12 anos. Também houve um aumento significativo entre mulheres de 30 a 39 anos, apresentando uma alta de 19,7%.
Essa tendência reflete mudanças culturais, maior foco na carreira, busca por estabilidade financeira e o desejo de ter filhos em um momento de maior amadurecimento na vida. Contudo, a natureza impõe limites, especialmente à fertilidade feminina. De acordo com o Dr. Arnaldo Cambiaghi, especialista em reprodução humana: “a mulher nasce com um estoque limitado de óvulos que, ao longo dos anos, diminui tanto em quantidade quanto em qualidade. Aos 35 anos, o declínio se torna mais acelerado e, por volta dos 50 anos, a capacidade de engravidar com os próprios óvulos praticamente se extingue”, explica o médico.
É nesse contexto que o congelamento de óvulos surge como uma solução poderosa para preservar a fertilidade e oferecer às mulheres autonomia sobre suas escolhas reprodutivas. O procedimento consiste em coletar e armazenar os óvulos em uma fase de maior fertilidade, garantindo que eles possam ser utilizados futuramente, mesmo após o declínio natural da reserva ovariana.
Para aquelas que estão considerando a preservação dos óvulos, a preparação é essencial. Aqui estão 5 dicas fundamentais para mulheres que desejam se preparar para esse procedimento:
1. Conheça a
sua reserva ovariana: antes de tomar qualquer decisão, é crucial avaliar sua saúde
reprodutiva. Realize exames como o ultrassom transvaginal para avaliação dos
folículos antrais e o teste de hormônio antimulleriano (AMH), esses exames
fornecem informações importantes sobre a sua reserva ovariana;
2. Escolha o
momento certo para preservar: a preservação dos óvulos é
mais eficaz quando realizada antes dos 35 anos, período em que a qualidade dos
óvulos ainda é mais alta. Contudo, mulheres com mais de 35 anos ainda podem
optar por esse procedimento;
3. Encontre
profissionais e clínicas de confiança: escolha clínicas e médicos
com experiência em fertilização e preservação de óvulos. Pesquise sobre os
profissionais, converse sobre as opções e os custos, e tire todas as suas
dúvidas antes de tomar a decisão;
4. Esteja
preparada emocionalmente e financeiramente: a preservação dos
óvulos envolve custos, desde os exames iniciais até a criopreservação em si.
Além disso, o procedimento pode ser emocionalmente desafiador, já que envolve a
estimulação ovariana e a coleta dos óvulos. Por isso, é recomendado a procura
por apoio psicológico durante o processo. Neste período, contar com o suporte
de uma rede de apoio com familiares e amigos também pode fazer a diferença;
5. Tenha consciência dos benefícios a longo prazo: ao congelar seus óvulos, você ganha mais liberdade para planejar sua maternidade no futuro, permitindo que você tome decisões mais alinhadas aos seus objetivos de vida. A preservação oferece a oportunidade de escolher quando ser mãe, com a segurança de ter óvulos saudáveis à disposição.
"A preservação da fertilidade, por meio do congelamento de óvulos, oferece a possibilidade de planejar a maternidade no futuro, mesmo que a mulher não queira engravidar agora. Os óvulos de qualidade ficam preservados para uma eventual decisão futura, e, caso não haja mudança de ideia, ainda é possível doá-los a outras pessoas. Esse procedimento é uma decisão importante que deve ser tomada com informações claras e acompanhamento médico adequado", explica o Dr. Arnaldo.
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