Especialista do
CEJAM destaca cuidados essenciais para garantir o bem-estar e evitar
agravamento do quadro
Com impacto em mais de 85% da população brasileira,
o estresse já alcançou patamares preocupantes para toda a sociedade. O problema
é tão comum que as pessoas, sobretudo aquelas que vivem nos grandes centros, já
consideram “normal” ter sintomas de estresse, compreendendo como algo que é inerente
à vida urbana.
Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 40% dos brasileiros relatam altos
níveis de estresse diário. E esse índice reflete uma tendência crescente, com
30% da população apresentando sintomas de ansiedade e 20% diagnosticados com
transtornos relacionados ao estresse.
Ainda, quando pensamos globalmente, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) já indicou que 1 em cada 5 pessoas sofre de estresse
crônico, uma condição que pode levar a problemas graves como depressão e
doenças cardiovasculares, bem como favorecer o avanço de doenças
neurodegenerativas, como o Alzheimer, e demais quadros que reduzem
significativamente a qualidade de vida da população.
Para reforçar a necessidade de ações concretas e
contínuas em prol da saúde mental dessa grande parcela da população, foi
escolhida a data de 23 de setembro para celebrar o Dia Mundial de Combate ao
Estresse.
De acordo com Ana Paula Ribeiro, psicóloga do CEJAM
– Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, este é um momento importante
para conscientizar as pessoas e alertar para os sinais que indicam o surgimento
do problema.
“O estresse tem causas variadas, incluindo
sobrecarga de trabalho, responsabilidades familiares, preocupações financeiras
e questões interpessoais. No contexto atual, o ritmo acelerado da vida moderna
e a constante pressão por produtividade causam um profundo impacto na saúde
mental e física das pessoas”, destaca.
Impactos do estresse em longo
prazo
A especialista explica que o estresse prolongado
pode levar a sérios problemas de saúde. Fisicamente, ele pode contribuir para o
surgimento de doenças cardiovasculares, problemas digestivos e enfraquecimento
do sistema imunológico.
“Mentalmente, o estresse crônico é um fator
significativo no desenvolvimento de ansiedade, depressão e esgotamento
emocional”, alerta.
Segundo Ana Paula, os sinais de estresse excessivo
incluem irritabilidade, fadiga, dificuldade para dormir, alterações de apetite,
dores musculares, dores de cabeça e problemas digestivos.
Além disso, conforme pontua a psicóloga, pessoas
que sofrem de estresse costumam apresentar uma sensação de sobrecarga,
dificuldade de concentração e crises de ansiedade.
A especialista do CEJAM traz algumas orientações
simples e práticas que podem ajudar a aliviar o estresse e melhorar o bem-estar
diário. Confira!
- Autoconhecimento
e Identificação de Fontes de Estresse
"Entender de onde vem o estresse é o primeiro
passo para gerenciá-lo", afirma Ana Paula. Identifique as fontes de
estresse e avalie o que pode ser controlado ou modificado. Organizar o tempo e
estabelecer prioridades são passos fundamentais.
- Pratique
Técnicas de Relaxamento
Respiração profunda, meditação e mindfulness
são eficazes para reduzir a tensão. "Dedicar alguns minutos diariamente a
essas práticas pode aliviar o estresse acumulado", sugere. Alongamento e
yoga também são recomendados para liberar a tensão corporal.
- Mantenha
uma Alimentação Balanceada e Exercite-se Regularmente
"Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes, e
a prática regular de exercícios são essenciais para uma boa gestão do
estresse", explica a psicóloga. A alimentação adequada e o exercício físico
não só melhoram a saúde geral, mas também promovem a liberação de endorfinas,
hormônios que ajudam a melhorar o bem-estar emocional.
- Crie
um Ambiente Menos Estressante
Organização e comunicação clara podem reduzir o
estresse em ambientes de trabalho e em casa. "Estabeleça uma rotina
equilibrada e certifique-se de que todos contribuam para uma divisão justa de
responsabilidades", recomenda. Criar espaços para descanso e atividades
relaxantes é crucial para um ambiente mais harmonioso.
- Priorize
o Autocuidado e Tempo para Atividades Prazerosas
“Reserve tempo para atividades que lhe tragam
prazer e relaxamento", diz Ana Paula. O autocuidado é vital para manter o
equilíbrio emocional e reduzir a sensação de sobrecarga. Além dessas práticas,
a recomendação da especialista é realizar acompanhamento médico para mapear
qualquer risco à saúde física, bem como o acompanhamento psicológico para
auxiliar na redução do impacto à saúde mental.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
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