É essencial demonstrar que a participação dessas pessoas na sociedade deve ser uma realidade constante, e não em um evento pontual
A data de 21 de setembro marca as conquistas
obtidas pelas diversas mobilizações de políticas públicas e sociais que
envolvem, há dezenove anos, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
Para a especialista em temas de inclusão e diversidade, Natalie Schonwald, a
causa tem o propósito de chamar a atenção da sociedade para uma profunda
conscientização sobre a importância de respeitar os direitos destes cidadãos,
assim como “fazer valer” as reivindicações destas pessoas por uma inclusão
social cada vez mais real. “É essencial pontuar que a maior compreensão sobre
as questões que afetam diretamente esses grupos deve começar desde a infância,
pois facilita a relação pessoal e naturaliza a convivência de indivíduos com e
sem deficiência”, afirma Natalie.
Empatia
Segundo Natalie, há inúmeras maneiras de apoiar e
promover a inclusão no dia a dia, e esses temas devem estar sempre em pauta.
“Entendo que para que o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência ganhe
cada vez mais visibilidade, é essencial demonstrar que a participação dessas
pessoas na sociedade deve ser uma realidade constante, e não em um evento
pontual. O reconhecimento e a celebração do momento devem servir como um
ponto de partida para a verdadeira inclusão. Se a participação desse público for
limitada a uma data comemorativa, em vez de se tornar parte integrante do
cotidiano, o que ocorre é uma forma de exclusão disfarçada”, reforça.
Acolhimento
Com a aproximação do dia 21 de setembro, ações que
envolvam o mundo corporativo, escolar e esportivo, como o acesso a esportes
adaptados, programas de educação inclusiva em atividades práticas que trabalham
com todos os envolvidos, preparando-os para receber com naturalidade e
respeito, enaltecem a data. “Essas iniciativas tendem a sensibilizar e garantir
que a inclusão de pessoas com deficiência se torne uma prática cotidiana,
transformando-se em um verdadeiro compromisso com a acessibilidade e equidade”,
pontua a profissional.
Evoluções
Mais do que obter uma maior compreensão de
todos os assuntos relacionados à inclusão social, é preciso se
atentar sobre as necessidades de transformação de comportamento coletivo: “O
que ainda precisamos conquistar são mudanças que vão além dos aspectos legais,
pois ainda estamos longe do que é realmente necessário. Embora a legislação
esteja em vigor, o preconceito persiste como uma preocupação significativa,
pois não é uma questão de lei, mas sim de uma transformação social profunda.
Esse é um dos principais desafios que as pessoas com deficiência ainda
enfrentam no Brasil”, enfatiza Natalie.
Como especialista em temas de inclusão e diversidade, Natalie garante que existem diversas ações que ajudam as empresas a fomentar e estimular a inclusão e a acessibilidade:
- Aplicar a Lei de Cotas - ajuda pessoas com deficiências
a serem inseridas no mercado de trabalho. No entanto, Natalie faz uma
observação: “Embora legalmente exista ainda muita dificuldade de
crescimento nos cargos, pois muitas vezes as empresas fazem a contratação
para evitar o pagamento de multa, e não porque querem realmente incluir
esta população no mercado de trabalho”.
- Adequações arquitetônicas - rampas e elevadores
contribuem para a acessibilidade em vários ambientes.
- Investir em tecnologia - programas tecnológicos
como, por exemplo, aplicativos de programas de voz, possibilitam a
realização adequada das atividades de colaboradores com deficiências,
favorecendo sua autonomia.
- Comitê dedicado à diversidade – é composto por pessoas que já trabalham na empresa para acolher e auxiliar grupos minoritários como por exemplo, negros, deficientes e pessoas trans.
Natalie Schonwald - psicóloga, pedagoga, palestrante de inclusão e diversidade e autora dos livros “Na Cidade da Matemática” e “Na Cidade da Matemática – Bairro das Centenas”. É pós-graduanda em Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades (SP). Na área da educação, trabalha com os anos finais da Educação Infantil e iniciais do Ensino Fundamental I. Nesta área, Natalie completa seu trabalho escrevendo artigos. A profissional também faz parte da direção da Associação dos AVCistas do Brasil - uma organização comunitária de acolhimento às vítimas de AVC e seus familiares, e da Comunidade Educadores Reinventares. Como atleta, participou do mundial de adestramento paraequestre em 2003 – pratica esporte desde seus 9 anos e também é embaixadora da equipe feminina de surfe adaptado. Após um AVC com 8 meses, enfrentou um caminho de superação. Sua história é marcada não apenas pela adversidade, mas pela resiliência e conquistas que a transformou em fonte de inspiração, destacando a importância da inclusão e da diversidade em todas as suas formas.
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