Especialista
comenta que a adaptação climática das cidades é uma questão urgente que requer
planejamento, colaboração e inovação.
As mudanças climáticas representam um desafio significativo para as cidades em todo o mundo. No Brasil, os extremos climáticos, como chuvas intensas e períodos de seca, evidenciam a vulnerabilidade urbana e a necessidade de adaptações urgentes. Segundo Gabriela Medeiros Ramos, professora mestra, arquiteta urbanista e docente no curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Cruzeiro do Sul, a combinação entre a teoria e a prática no campo da gestão de desastres é essencial para compreender o cenário das cidades diante as mudanças climáticas.
Gabriela considera que "muito se
fala sobre a responsabilidade individual de cuidar do meio ambiente, mas
ignorar a influência da infraestrutura urbana seria 'tampar o sol com a peneira'".
A ausência de planejamento urbano adequado e a falta de preparo para eventos
extremos, como enchentes e secas, agravam a situação. "As cidades
precisam estar preparadas para essas situações, com um enfoque em adaptação e
resiliência", enfatiza a especialista.
Para enfrentar esses desafios, diversas medidas de adaptação urbana podem ser implementadas, argumenta Gabriela. Entre elas, a conscientização da população sobre o descarte adequado de resíduos e o uso de ecopontos para evitar o entupimento de sistemas de drenagem. “O poder público, por sua vez, deve investir na limpeza regular de rios e córregos, na ampliação de sistemas de drenagem e na criação de reservatórios de água, além de incentivar a criação de áreas permeáveis, como parques e jardins”, diz.
A professora Gabriela Medeiros ressalta que, além
disso, é essencial o plantio e a preservação de árvores nas cidades para ajudar
a reduzir a temperatura e melhorar a qualidade do ar. A especialista comenta que
aumentar a massa arbórea contribui para a regulação do clima, absorvendo
carbono e criando microclimas mais agradáveis.
"A construção de infraestrutura resiliente, como
calçadas e ruas permeáveis, e o investimento em tecnologias que ajudam a
reutilizar água e energia são passos fundamentais para tornar as cidades mais
preparadas para as mudanças climáticas. É preciso pensar na cidade de
forma integrada com a natureza, tornando os ambientes urbanos mais resilientes
e saudáveis para todos", explica.
Boas práticas e políticas
públicas
A urbanista reforça que preparar as cidades para
enfrentar as mudanças climáticas requer um esforço conjunto entre governo,
sociedade civil e a comunidade acadêmica. Políticas públicas que incentivem a
sustentabilidade, como planos diretores com foco em resiliência, são
fundamentais. "O governo deve criar leis e destinar recursos para
tornar a cidade mais adaptada a eventos extremos, como enchentes e secas
prolongadas", destaca Medeiros.
A educação e a conscientização da população também
são essenciais. Programas de educação ambiental acessíveis podem engajar a
comunidade, criando uma cultura de sustentabilidade. Parcerias com ONGs locais
e a promoção de programas participativos, como hortas comunitárias e
cooperativas de reciclagem, ajudam a ampliar o alcance dessas ações.
Inovação e tecnologia para
enfrentar a crise climática
Nos últimos anos, diversas inovações têm sido
aplicadas para ajudar as cidades a lidarem com as mudanças climáticas. A
inserção gradual de ônibus elétricos nas frotas das grandes cidades, a
obrigatoriedade de painéis solares em novas construções e o uso de tecnologias
de monitoramento em tempo real são exemplos de como a tecnologia pode ser uma
aliada na adaptação urbana.
“A atuação da Defesa Civil, com o uso de sensores inteligentes e sistemas de monitoramento, é crucial para prever e mitigar os impactos de eventos climáticos extremos, como enchentes e deslizamentos", explica Gabriela, concluindo ainda que a adaptação climática das cidades é uma questão urgente que demanda planejamento, colaboração e inovação.
Universidade Cruzeiro do Sul
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