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Já são 6 milhões de mulheres a mais do que homens
no Brasil, de acordo com o último censo divulgado em 2023, relacionado ao ano
anterior. Assim como a população feminina, que representa 51,5% dos brasileiros,
os cargos ocupados por elas no mercado de tecnologia também disparam. Um
levantamento da EBAC sobre a presença feminina em cursos de tecnologia apontou
que entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024 o curso de Introdução à
Programação recebeu 20 vezes mais inscrições do que a média de todos os demais
cursos da instituição de ensino.
Na prática, empresas de tecnologia como a Infobip
possuem 50% de seus cargos de liderança ocupados por mulheres na América
Latina. Bárbara Kohut, especialista de produtos Latam da companhia, ressalta
que isso deve ser uma crescente e modelo para outros negócios. “Ainda sinto que
muitas mulheres deixam de se aplicar em vagas predominantemente masculinas por
receio ou medo. E por isso é importante sempre falarmos sobre esse tema, e
fomentar o crescimento da presença do gênero feminino no mercado da engenharia
e tecnologia”.
No Brasil, a participação e o interesse de jovens
mulheres no mercado de TI e tecnologia está crescendo com o decorrer dos anos.
De acordo com a UNESCO, a educação é o principal recurso para reparar
historicamente a diferença de gênero no mercado. Atualizada neste ano, a
proporção de mulheres que estudam Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática
(STEM) em nível superior chegou a 35% no mundo, enquanto no Brasil, 31% das
ocupações em STEM são femininas.
Sthefani Silva, consultora técnica da ManageEngine,
divisão de gerenciamento de TI corporativo da Zoho, conta que sua inspiração
para seguir na carreira de tecnologia surgiu muito jovem, logo na sua primeira
oportunidade de trabalho. “Todas as mulheres que estão nesse mercado hoje são
uma inspiração de certa forma para mim, mas a que mais me impactou foi minha
primeira chefe, quando vi pela primeira vez que vi uma mulher na área de
tecnologia, em posição de liderança. Naquele momento entendi que poderia
realmente sonhar alto”, lembra.
Dicas de jovens que já estão
no mercado para as mulheres que estão ingressando
Angélica Catunda, security architect da Akamai,
está há três anos na área de TI e nota esse crescimento do público nesse
mercado. “A presença feminina tem evoluído gradualmente na tecnologia. Vejo
como um processo significativo e inspirador. Acredito que isso é impulsionado
em grande parte por iniciativas de conscientização, programas de inclusão e
mudanças culturais também”.
Com a área de tecnologia aquecida e mais mulheres
escolhendo cursos nesse ramo de atuação, Angélica dá algumas dicas para o
público feminino que está chegando a esse mercado. A principal delas é
que elas reconheçam suas habilidades e contribuições, e tenham confiança em
suas capacidades. “A comunicação e rede de apoio também são essenciais, não
hesite em pedir ajuda, procure mentores e colegas que possam oferecer
orientações e colabore com todas”.
Bárbara Kohut, da Infobip, acrescenta que é
importante se manter atualizada sempre, procurando novos cursos e certificações
que ajudem no aprofundamento de temas relacionados ao dia a dia no trabalho com
tecnologia. “Além disso, é preciso construir um bom relacionamento com os
colegas de trabalho e os stakeholders”. Para ela, isso ajuda a fortalecer ainda
mais a presença feminina neste espaço.
Desafios
Segundo uma pesquisa realizada pela Serasa
Experian com uma base de mais de 93,3 milhões de pessoas do gênero
feminino, a presença de mulheres na área de tecnologia no Brasil ainda
corresponde a 0,07%. Quando o assunto é o setor de TI, esse número vai para
0,33% em comparação aos homens, conforme levantamento feito com 92,4 milhões de
homens no país.
Outro ponto são os salários, que ainda não são
igualitários. Segundo a mesma pesquisa da Serasa Experian, quatro a cada dez
mulheres recebem entre R$2,5 a R$5 mil mensalmente. Quando comparada a
população feminina no geral, apenas 20,6% se encaixam neste contexto.
Apesar disso, há um consenso entre as profissionais
de tecnologia, de que estar nessa área já não é mais uma contramão e sim uma
realidade, já que é possível ver o mercado se movimentando, mais mulheres
ingressando em cursos. Para elas, o reflexo, apesar de lento, está acontecendo
e só tende a aumentar.
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