Professora do curso de Medicina Veterinária do UniCuritiba lista os itens necessários e os cuidados para garantir uma tutela responsável
Divertidos e
engraçados, os gatos estão conquistando cada vez mais espaço nos lares e nos
corações dos brasileiros. O Censo Pet do Instituto Pet Brasil revela que o
número de gatos ultrapassou 27 milhões. A preferência pelo felino cresceu 6% no
país, enquanto o número de cães subiu 4%.
Bons companheiros,
os gatos exercem influência positiva para as crianças e os tutores, aliviam o
estresse e melhoram a saúde. Tantas vantagens não poderiam ter outro resultado:
eles têm, pelo menos, três datas comemorativas.
Na América, a
comemoração ocorre em 20 de fevereiro. Já o Dia Internacional do Gato é em 8 de
agosto enquanto a Europa celebra o Dia do Gato em 17 de fevereiro. Independentemente
de qual seja a data escolhida para festejar a amizade com esses pets, a médica
veterinária Ana Elisa Arruda Rocha diz que é preciso preparar o lar antes de
recebê-los.
Professora do curso de Medicina Veterinária do UniCuritiba - instituição que integra a Ânima, o maior e mais inovador ecossistema de ensino de qualidade do país, Ana Elisa dá algumas dicas. “Os gatos dão a ‘falsa’ impressão de serem mais independentes, mas, assim como outros pets, precisam de cuidados em relação à sua saúde, à segurança e ao bem-estar.”
Brincalhões,
divertidos e cheios de energia, os gatos precisam de muito mais do que
carinhos. Antes de ter um animal de estimação é preciso analisar todas as responsabilidades
e os gastos associados ao novo membro da família. O primeiro aspecto é
confirmar se a família tem tempo e disposição para se dedicar a um animal de
estimação, entendendo sua espécie.
A médica
veterinária Ana Elisa Arruda Rocha lembra que preparar o ambiente e ter a
infraestrutura necessária para que o pet se sinta seguro e acolhido é
fundamental. Cuidar de um filhote pode ser desafiador durante a fase de
adaptação. “É importante levar o novo pet para uma consulta preventiva. O
médico veterinário é um grande aliado nessa hora e ajuda a esclarecer todas as
dúvidas dos tutores, além de dar as orientações necessárias para um bom
convívio”, avisa.
Dicas para facilitar a adaptação e o convívio
2. Tenha
os suprimentos essenciais para receber um gato em casa: toca ou cama
confortável, arranhadores, escaladores ou prateleiras, alimentação adequada
para a idade, caixa de areia e tigelas para comida e água.
3. Tenha
uma caixa de areia para cada gato da casa e uma extra. As caixas devem ser
espaçosas, profundas e com substrato suficiente para que eles consigam enterrar
as fezes. Escolha uma areia sanitária que seja o mais parecida possível com a
areia natural.
4. Mantenha
água limpa e fresca sempre disponíveis. Escolha potes de água e comida com boca
larga. Os gatos não gostam de encostar os bigodes nas bordas enquanto bebem ou
comem.
5. Ofereça
alimentação adequada para gatos, lembrando que são carnívoros. Invista em
alimentos úmidos (patês para gato) e proteínas de origem animal, como peito de
frango e carne bovina. É importante que, desde filhotes, eles se acostumem a
diferentes texturas de alimentos. Não ofereça apenas ração seca.
6. Se
já tiver um gato na casa, antes de aproximá-los é importante fazer exames para
identificar eventuais doenças transmissíveis entre eles. Deixe o ‘novo’ gato em
quarentena e faça a adaptação gradativa.
7. Reunir
vários gatos em um mesmo ambiente pode gerar estresse e dificuldades de
adaptação e relacionamento entre eles. A dica para quem deseja ter mais de um
gato é adotar, juntos, animais que já se davam bem, estimulando essa
convivência em grupo.
8. Use
brinquedos e petiscos para auxiliar no desenvolvimento do seu pet. Filhotes
aprendem melhor e mais rápido. A socialização deve acontecer principalmente até
os quatro primeiros meses de vida.
9. Faça
a microchipagem ou coloque uma coleira com placa de identificação e informações
de contato.
10. Tenha uma
caixa de transporte para levar o gato ao veterinário, em viagens ou passeios.
11. Bloqueie
o acesso do gato a possíveis rotas de fuga ou locais perigosos, como
prateleiras com produtos de limpeza, vasos de planta ou fios elétricos.
12. Converse
com o médico veterinário sobre alimentação, comportamento, bem-estar, vacinas,
antipulgas, vermífugos e castração.
13. Mantenha
opções de locais de descanso pela casa. Gatos adultos chegam a dormir até 20
horas.
14. Arranhadores
e prateleiras são itens importantes para quem convive com gato. Sem isso, a
tendência é que ele arranhe sofás, estantes, cortinas e acabe subindo em locais
inadequados.
15. Instale
proteção nas janelas e sacadas. Ativos e curiosos, os gatos têm facilidade para
escalar e podem cair de locais altos.
16. Dedique
um tempo para dar atenção e brincar com o seu gato. Brinquedos simples, como
bolas de papel e caixas de papelão são ótimos recursos para manter o pet feliz
e saudável.
17. Deixe seu
gato brincar ao ar livre, caminhar na grama, explorar o ambiente. O contato com
a natureza é muito importante. Escolha momentos do dia mais tranquilos para o
passeio, com coleira e longe de predadores.
18. Adote
todos esses hábitos desde cedo, preferencialmente antes dos quatro meses de
vida.
Amor
incondicional
De acordo com a professora do UniCuritiba, Ana Elisa Arruda Rocha, os benefícios de ter um gato são muitos. A começar pela lealdade aos tutores e efeitos positivos para a saúde. “Eles são carinhosos, companheiros, limpos e normalmente mais silenciosos”, comenta a médica veterinária.
As vantagens se
estendem à saúde física e mental dos tutores. A presença de um gato em casa
reduz os níveis de cortisol – hormônio relacionamento ao estresse. O efeito
“terapêutico” inclui a melhoria na qualidade do sono e controle da pressão
arterial.
Um estudo da
Universidade de Minnesota mostra que tutores de gatos têm risco menor de morte
por doenças cardiovasculares em comparação a quem não convive com os felinos. A
ansiedade e o estresse também diminuem, revela um artigo publicado no Journal
of the American Osteopathic Association.
“Se bem-preparados
para receber os pets e conscientes dos gastos e das responsabilidades, os
tutores terão inúmeros benefícios na convivência com esses pets”, finaliza a
professora do UniCuritiba.
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