Doentes de dengue que se automedicam podem aumentar
o risco de hemorragia. Farmacêuticos estão preparados para orientar pacientes
nas farmácias e encaminhá-los ao atendimento médico
A combinação de chuvas intensas e calor, dentre outros fatores, favoreceu para
que, neste ano, houvesse uma explosão nos casos de dengue. Segundo dados
atualizados no Ministério da Saúde, já são 512 mil casos prováveis de dengue em
2024, com 75 mortes confirmadas, 30 mil casos prováveis de Chikungunya com 4
mortes confirmadas e 341 casos prováveis de zika e nenhuma morte.
Essas
doenças são causadas por um vírus e seu principal vetor é o mosquito Aedes
aegypti. São também caracterizadas por apresentar febre, dor de cabeça, dor no
corpo, dor atrás dos olhos, enjoos, vômitos e manchas vermelhas.
Não
há um medicamento específico para o seu tratamento, mas por apresentarem
sintomas comuns a outras doenças, muitas vezes a população acaba se
automedicamento e consumindo medicamentos que não são indicados, pratica que
pode aumentar o risco de sangramento.
Isso
ocorre porque medicamentos com a substância salicilatos (ácido
acetilsalicílico, ácido salicílico, diflunisal, salicilato de sódio,
metilsalicilato, dentre outros) favorecem o aparecimento de manifestações
hemorrágicas e acidose, elevando a riscos severos da doença.
Por
não existir subsídio científico que dê suporte clínico ou segurança ao uso de
anti-inflamatórios, estas substâncias também são contraindicadas para doentes
de dengue, já que podem também aumentar a tendência hemorrágica. Alguns
exemplos de anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são: indometacina,
ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxen, sulfinpirazona, fenilbutazona,
sulindac, diflunisal. Além desses, há os anti-inflamatório hormonais ou
corticoesteróides como prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona.
O
presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF-SP), Dr. Marcelo Polacow,
chama a atenção sobre a importância dos farmacêuticos na orientação da
população para evitar tais riscos. "É o profissional de saúde mais
acessível, está sempre disponível nas farmácias, é capacitado para orientar o
paciente, encaminhá-lo para os serviços de saúde e evitar possíveis
complicações para sua saúde".
Os
sintomas da dengue só podem ser diagnosticados por um médico, mas o Dr. Polacow
recomenda iniciar a abordagem aos pacientes nas farmácias com medidas não
farmacológicas tais como a indicação de repouso e ingestão de líquido. “Caso
seja necessário o tratamento de febre ou dor, deverão ser utilizados
medicamentos do tipo paracetamol ou dipirona, de forma racional e de
preferência sob orientação médica”, sugeriu.
Nos casos de febre hemorrágica o farmacêutico alerta que é necessária uma observação criteriosa para a identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão e encaminhar o paciente imediatamente ao serviço médico.
Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - CRF-SP
www܂crfsp.org.br
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