A oxandrolona, um esteroide hormonal derivado da testosterona, tem sido utilizada de forma irregular para objetivos estéticos e aprimoramento do desempenho esportivo, sob a falsa premissa de causar menos efeitos colaterais.
Indicada em casos específicos de perda crítica de massa muscular em idosos, desnutrição e outras patologias (como câncer e AIDS), a oxandrolona apresenta riscos significativos à saúde de quem faz uso para fins estéticos ou para o melhor desempenho esportivo.
“A oxandrolona pode acabar induzindo o desenvolvimento de características sexuais secundárias masculinas em mulheres e acarretando efeitos adversos, tanto nos homens como no público feminino, tais como irritação da bexiga, sensibilidade nas mamas, queda de cabelo e acne. Adicionalmente, o uso indevido deste medicamento pode resultar em alterações no fígado, nos fatores de coagulação, aumentando o risco de trombose e no aumento do volume da próstata” explica o Dr. Leonardo Parr, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
O Conselho Federal de Medicina (CFM) reforça a proibição da prescrição médica de terapias hormonais envolvendo esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) com objetivos estéticos, ganho de massa muscular ou aprimoramento do desempenho esportivo. “Médicos comprometidos com a saúde de seus pacientes são orientados a evitar a prescrição de oxandrolona no Brasil”, comenta o endocrinologista.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma medida restritiva específica para produtos que contenham Modulador Seletivo de Receptores Androgênicos (SARM). Os efeitos colaterais a longo prazo desses medicamentos permanecem desconhecidos, e a Resolução (RE) 791/2021 proíbe a comercialização, distribuição, fabricação, importação, manipulação, propaganda e uso desses produtos. Esta medida abrange produtos industrializados e manipulados, importados e nacionais, em meios físicos e remotos, visando prioritariamente à proteção da saúde da população.
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