Como o investimento auxilia a independência femininapexels
O
mundo tem presenciado diversas mudanças nos últimos tempos, com a busca
constante pela igualdade cada vez mais a presença feminina tem aumentado em
múltiplos setores da sociedade, como de investimentos por exemplo, mas este é
um fenômeno não só relacionado com a alteração do perfil dos investidores está
também unida a evolução gradual da sociedade. Baseado em dados da Anbima e do
Datafolha, a forma como homens e mulheres buscam informações e tomam decisões
de investimento tem diferenças visíveis. Uma parcela significativa de mulheres
(35%) prefere se informar pela televisão, enquanto o YouTube é a plataforma de
escolha dos homens (42%). Apesar dessas diferenças, os objetivos de
investimento entre os gêneros têm pontos em comum: a compra de imóveis é o
principal foco para ambos, absorvendo 30% de seus investimentos, enquanto cerca
de 20% é destinado à criação de uma reserva para emergências. Mas a
desigualdade ainda é grande no mundo dos investimentos, em consulta ao site da
B3, se constata que apenas 25% dos CPFs que negociam ativos em nossa bolsa de
valores pertencem a mulheres.
Mesmo
que haja um aumento no número de mulheres investidoras ainda existe bastante
espaço a ser conquistado neste mercado por isso a economista Daliane Poças
trouxe um de seus casos para demonstrar a diferença que o controle dos próprios
investimentos pode fazer na vida de uma pessoa, Karyn é empresária além de mãe
e esposa. É investidora desde Julho de 2022. Antes de investir, deixava seu
dinheiro na conta ou até utilizava a poupança, mas logo nos primeiros meses
notou a diferença. Em nossa primeira reunião ela já se posicionou como leiga e
que nunca havia priorizado seus investimentos, poucos meses depois, entendeu
que ser uma mulher investidora é algo incrível pois além de lhe gerar lucro
também a tornava mais independente e empoderada. Mulheres altamente
capacitadas, empresárias bem sucedidas, Advogadas, médicas, muitas vezes não
priorizam os seus investimento ou delegam aos seus companheiros. É preciso
falar sobre o tema, cada vez mais, incluir a independência financeira nas
abordagens que tangem ao empoderamento feminino. Vamos mudar este estereótipo
de que mulher só gosta de gastar, isto não é verdade. Somos excelentes em tudo
o que nos dedicamos a fazer."
Daliane
Poças ressalta a importância de reconhecer e enfrentar as disparidades de
gênero que se manifestam no mundo dos investimentos. A influência do machismo
estrutural é evidente, levando as mulheres a investir menos e a optar por
decisões mais conservadoras. Fatores como a menor renda feminina e a maior
responsabilidade pelo sustento familiar, limitam a capacidade das mulheres de
assumir riscos nos investimentos. Esses desafios são amplificados pelas
disparidades salariais, demonstradas por estudos da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), que evidenciam a diferença substancial nos salários entre
homens e mulheres.
Além
disso Anbima e o Datafolhae informam que metade das mulheres que investem
pertence à classe C, tem ensino médio e está na faixa etária entre 35 e 59
anos. A falta de recursos e os baixos salários são os principais obstáculos
para 79% das mulheres que não investem. Apesar da poupança ser a opção mais
comum entre os dois gêneros, as mulheres mostram preferência por obter informações
sobre investimentos de maneira mais pessoal e direta, enquanto os homens se
inclinam mais para fontes online
A
história de mulheres no mercado de investimentos, exemplificada por Karyn, é
multifacetada, ressaltando a necessidade de abordagens mais inclusivas e
equitativas para enfrentar as barreiras persistentes. Essa narrativa não apenas
reflete uma mudança no comportamento de investimento, mas também sublinha a
urgência de políticas e práticas que reconheçam e valorizem a participação
feminina no mundo financeiro.
@dali_pocas
Nenhum comentário:
Postar um comentário