Prevenção ainda é o melhor caminho para eliminar os vetores da doença, cujo tratamento requer atenção
Em menos de dois meses, o Brasil teve mais de 550 mil casos de Dengue, com 98
mortes confirmadas da doença e outras 381 aguardando a finalização de análises
laboratoriais. Os dados, recentemente divulgados pelo Ministério Saúde, em 16
de fevereiro, mostram que na semana anterior à publicação da pesquisa, também
cresceu o número de adultos doentes, na faixa entre 40 e 49 anos, com 51.756
casos em mulheres e 40.369 em homens.
Infectologista
do São Cristóvão Saúde, Dra. Michelle Zicker explica que, embora exista a
vacina atualmente, o controle do vetor Aedes aegypti é o
principal método para a prevenção da Dengue e de outras arboviroses urbanas
(como Chikungunya e Zika). “As ações preventivas são mais efetivas fora da
sazonalidade, visando impedir o aumento do número de casos. Quando a epidemia
se instala, esta segue seu curso, porque o tempo até a redução das populações
de Aedes aegypti é muito maior do que a velocidade de circulação viral”.
Alguns
estados brasileiros se destacam no número de infecções: Minas Gerais, com
192.258 casos, São Paulo, com 90.408 e Distrito Federal, com 67.768. Ainda
segundo o Ministério da Saúde, com base em previsões feitas com o InfoDengue,
da Fiocruz, o país pode chegar a 5 milhões de casos até o final de 2024.
Para
a população se proteger das infeções, a Dra. Michelle dá algumas instruções,
que devem ser seguidas durante todo o ano, não apenas nos períodos de maior
incidência da doença:
- Usar telas nas janelas e repelente em áreas de reconhecida
transmissão;
- Remover ou esvaziar recipientes (garrafas, vasos e potes) nos
domicílios que possam acumular água e se transformar em criadouros de
mosquitos;
- Guardar pneus em locais cobertos;
- Colocar areia nos vasos de plantas;
- Vedar reservatórios e caixas de água;
- Limpar e desobstruir calhas, lajes e ralos;
- Não acumular sucata e entulho, além de amarrar bem o lixo.
Sintomas e tratamentos
Os
sintomas da Dengue são facilmente confundidos com o de uma gripe e aparecem de
3 a 15 dias após a picada do mosquito. Incluem febre, dores de cabeça e atrás
dos olhos, nos músculos e articulações, cansaço intenso e podem aparecer
manchas avermelhadas no corpo. Ao apresentar febre (acima de 38º C) e dois
desses sinais ou sintomas, o paciente deve procurar um serviço de saúde para
avaliação médica. O diagnóstico é essencialmente clínico, mas existem exames
laboratoriais específicos que podem confirmar a suspeita da doença. A
automedicação deve ser evitada, principalmente os medicamentos à base de ácido
acetilsalicílico e anti-inflamatórios, que aumentam o risco de sangramentos”,
ressalta Dra. Michelle.
Nos
casos de dengue grave, entre o 3º e 7º dia
de infecção, surgem novos sintomas como sangramentos das mucosas, dor abdominal
intensa, vômitos persistentes, dificuldade de respirar, sonolência e
confusão mental. “Aos primeiros sintomas, a pessoa deve buscar uma unidade de
saúde imediatamente. Quanto mais cedo o paciente buscar ajuda médica, maiores
são as chances de uma rápida recuperação”, finaliza a infectologista.
Grupo São Cristóvão Saúde
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