Foto: Divulgação / MF Press Global |
Cientistas da Universidade de Stanford fizeram uma descoberta impressionante no campo da microbiologia e genômica: a existência de "Obeliscos" no microbioma humano. Para aprofundar o entendimento deste achado, entrevistamos o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, PhD em Neurociências, especialista em Genômica e Membro da Royal Society of Biology do Reino Unido.
Os "Obeliscos" são estruturas de RNA que se
assemelham a vírus, presentes na boca e no microbioma intestinal. "Eles
representam uma nova classe de elementos semelhantes a viróides. Com genomas de
RNA circulares, estruturas secundárias em forma de bastonete e a capacidade de
codificar proteínas 'Oblins', os Obeliscos são uma descoberta
surpreendente", explica Dr. Agrela.
Estes elementos mostram uma tendência para infectar bactérias, sendo
encontrados em cerca de 50% das bactérias orais e 7% das bactérias intestinais
analisadas. "Isso sugere uma interação complexa e até então desconhecida
dentro do nosso próprio corpo", acrescenta Dr. Agrela.
A pesquisa, que identificou cerca de 30.000 Obeliscos diferentes, revela um
mundo biológico ainda inexplorado. "Cada descoberta como essa abre novos
caminhos para entendermos melhor a saúde e a doença humanas", conclui Dr.
Agrela.
Os Obeliscos foram identificados como um grupo filogenético distinto, sem
semelhanças detectáveis com agentes biológicos conhecidos. Eles são
predominantes em metatranscriptomas do microbioma humano, com presença contínua
observada por mais de 300 dias em alguns casos. "Estas descobertas sugerem
que ainda temos muito a aprender sobre o microbioma humano e sua relação com
nosso corpo", acrescentou Dr. Agrela.
"Os Obeliscos representam um novo mundo de possibilidades no estudo da
microbiologia e genômica. Eles desafiam nosso entendimento atual e abrem portas
para novas pesquisas em diversas áreas da biologia", concluiu Dr. Agrela.
Referência do Estudo:
Ivan N. Zheludev et all (2024). Viroid-like colonists of human microbioRxiv bioRxiv. doi:10.1101/2024.01.20.576352
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