Ginecologista Ricardo Bruno explica o que pode ser feito para evitar ficar menstruada durante os dias de folia, mas, ainda assim, manter a eficácia dos métodos contraceptivos
Sempre que o Carnaval está chegando
muitas mulheres se perguntam sobre como elas podem evitar que a menstruação
desça justamente durante o feriado, para que possam curtir a folia sem ter que
se preocupar com questões como cólicas e absorventes.
Uma sugestão muito comum de ouvir é a
emenda das cartelas de pílulas anticoncepcionais, mas será que traz
consequências para a eficácia da contracepção? Segundo o ginecologista Ricardo
Bruno (que é Mestre e Doutor em Medicina pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Chefe do Serviço de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da
UFRJ e Diretor Médico da Exeltis Brasil), não! “Essa situação de emendar a
cartela, para retirar o sangramento da menstruação, é na realidade uma questão
mais de previsibilidade, ou seja, se você não quer ter o período menstrual
durante o Carnaval você pode, sim, fazer a emenda de cartela. Esse procedimento
não traz nenhum prejuízo em termos de contracepção e da eficácia do método, mas
o que pode acontecer é trazer um sangramento inesperado a qualquer momento, que
pode ser até dentro do próprio Carnaval, apesar de ser mais difícil de
acontecer”, explica o especialista.
Bruno também faz questão de ressaltar
que para que essa emenda dê certo, a mulher precisa fazer o procedimento da
forma correta. “O certo é, assim que acabar os comprimidos ativos, você
despreza os que são placebo, a depender da cartela usada, que pode ser de 21
ativos e 7 placebos ou 24 ativos e 4 placebos, e começa uma nova cartela com os
comprimidos ativos, que são os que têm realmente o hormônio da contracepção”,
conta Bruno.
Além disso, o ginecologista esclarece
que a possibilidade de emenda não é exclusiva das pílulas, também é possível
emendar o anel vaginal e o adesivo. Para isso, após completar os 21 dias de uso
do anel, em vez de fazer uma pausa de 7 dias, a mulher deve retirar o anel e,
logo no dia seguinte, começar um novo. Já com o adesivo, após tirar o terceiro
adesivo que vem na caixa, no dia seguinte é preciso colocar um novo adesivo, de
uma nova caixa.
Para as mulheres que usam métodos
contraceptivos de longa duração (LARCS), como implantes e DIUs (hormonais e não
hormonais), também há uma forma de evitar a menstruação durante o Carnaval. “Quem
utiliza esses métodos pode associar o DIU ou o implante com a pílula
anticoncepcional durante esse período específico. Porém, é importante que toda
a cartela seja tomada, independentemente de ser de 21 ou 24 comprimidos, mesmo
que o feriado já tenha acabado”, aclara Bruno.
O especialista também destaca que é
essencial consultar um ginecologista antes de fazer qualquer um destes
procedimentos, para que ele possa avaliar seu caso especificamente, com base em
seu histórico. Além disso, Bruno também enfatiza que é fundamental usar
camisinha, mesmo utilizando outros métodos contraceptivos. “A camisinha é um
método contraceptivo que pode ter muitas falhas, mas ainda assim é um
excelente método de proteção individual para ISTs (Infecções sexualmente
transmissíveis), principalmente em festas como o Carnaval, nas quais há um
aumento nas relações casuais e no sexo casual, própriamente dito”, conclui o
doutor.
Exeltis
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