Uso indiscriminado de indumentárias sagradas contribui
para a invisibilização dos povos originários.
Foto: acervo MCI
Ação convida
foliões a pintarem estandartes e trocar ornamentos sagrados por frases de
conscientização e combate ao racismo, ao apagamento de tradições e à hiperssexualização
dos povos originários
A ação Índio
Indígena NÃO é fantasia! convida os foliões a confeccionarem
estandartes com frases de conscientização sobre a cultura dos povos originários
e o respeito às tradições para uso nas festas carnavalescas. Realizada no Museu
das Culturas Indígenas (MCI), a atividade busca sensibilizar o público sobre o
uso de adereços sagrados como fantasias no Carnaval. O MCI é uma instituição da
Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo,
gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari),
em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
Frases como
“Cocar é sagrado”, “Cada grafismo representa a espiritualidade de um povo”,
“Índio Indígena não é fantasia” e “Demarcação já”, vão enfeitar os estandartes
— bandeiras decoradas tipicamente carnavalescas — confeccionados pelo público.
A ação será conduzida pelos Mestres dos Saberes, indígenas do programa
educativo, que compartilharão tradições ancestrais sobre o uso de indumentárias
sagradas e como a comercialização indiscriminadas de fantasias reforçam
estereótipo racista de “selvagem, folclórico e não pertencente à sociedade”. A
ação acontece entre 03 e 25 de fevereiro, das 9h às 18h (às quintas, até às
20h).
Os adereços
estão ligados à identidade cultural das etnias e representam tradições
milenares. O uso de determinadas indumentárias, inclusive, deve respeitar ritos
e cerimônias. Um dos exemplos é o cocar que marca a identidade cultural e,
antes de ser utilizado, deve ser consagrado por um líder espiritual. Já as pinturas
e grafismos são repletos de significados, utilizados, muitas vezes, em rituais
e cerimônias sagradas, e servem como identificação entre membros das
etnias.
CAMPANHA #INDÍGENANÃOÉFANTASIA
O uso e a
comercialização indiscriminada de fantasias que remetem a temas indígenas
reforçam visões homogêneas, preconceitos e discriminações que ignoram a ampla
diversidade de etnias. O termo “índio”, dado aos indígenas pelos colonizadores,
reforça ideias ultrapassadas, pejorativas e despreza a gama de diferentes
culturas, línguas e tradições existentes no Brasil.
No imaginário
social, o uso de cocar, vestimentas, além de pinturas e grafismos corporais,
reforçam a imagem mística e folclórica dos povos originários. Essas fantasias
acompanham movimentos e danças que fortalecem o estereótipo animalesco e
distante do contexto brasileiro. A reprodução desses preconceitos contribui
para a invisibilização dos povos originários na sociedade e, consequentemente,
lutas, direitos e pautas não são discutidos e priorizados no debate
público.
Sobre o
MCI
Localizado
na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da
Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo,
gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o
Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.
SERVIÇO
Índio Indígena NÃO é fantasia!
Período: de 03 de fevereiro a 25 de fevereiro
de 2024
Ingressos disponíveis no site.
Museu das Culturas Indígenas
Endereço:
Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca - São
Paulo/SP
Telefone:
(11) 3873-1541
E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br
Site:
www.museudasculturasindigenas.org.br
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