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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Autismo Em Mulheres: Suas Lutas E Desafios!

Compreendendo Suas Características, Diferenças e o Difícil Diagnóstico

 

No mundo do autismo, tanto homens quanto mulheres enfrentam desafios únicos, especialmente nos níveis 2 e 3 do espectro. Essas diferenças incluem dificuldades na comunicação, problemas de socialização e uma preferência por rituais e rotinas rígidas.

No entanto, o nível 1 do espectro é onde encontramos a maior dificuldade de diagnóstico e a principal diferença entre homens e mulheres. Nesse nível, as mulheres apresentam dificuldades menos óbvias, sobretudo devido à sua maior habilidade verbal. Embora possam não ter problemas na construção da linguagem, elas podem enfrentar dificuldades na compreensão do discurso, como entender metáforas e piadas de duplo sentido.

A Dra. Gesika Amorim, uma renomada neuropsiquiatra especializada no tratamento integral do autismo e neurodesenvolvimento, destaca a importância dessas dificuldades na vida das pacientes. Elas podem experimentar bullying na escola sem nem mesmo perceber, pois não compreendem as piadas ou o motivo pelo qual não são aceitas. Essa falta de compreensão social pode levar à exclusão e ao isolamento.

Adicionalmente, as mulheres no espectro do autismo nível 1 têm uma necessidade intrínseca de agradar e se sentirem acolhidas, o que é uma característica comum no sexo feminino. A Dra. Gesika Amorim enfatiza que essas mulheres têm a habilidade de se adaptar a diferentes grupos sociais, utilizando diferentes “máscaras” para serem aceitas. Elas podem mudar de personagem para se encaixarem em diferentes tribos, o que pode resultar em relacionamentos abusivos e prejuízos em diferentes áreas de suas vidas.

Infelizmente, essas pacientes muitas vezes sofrem de esgotamento emocional e psicológico, pois têm dificuldade em serem assertivas nos relacionamentos e estabelecer limites saudáveis. Essa falta de habilidade em dizer “não” pode levá-las a se envolverem em relacionamentos prejudiciais.


Sem o diagnóstico correto, é comum que elas sejam rotuladas ao longo da vida com vários transtornos psiquiátricos, como TDAH, depressão, ansiedade, transtorno bipolar, entre outros. Essa falta de compreensão de si mesmas e de sua condição dificulta sua inserção social e aceitação pessoal. É como se essas mulheres passassem a vida usando diferentes fantasia, em busca de uma que as represente verdadeiramente. Infelizmente, muitas vezes não conseguem encontrar essa identidade autêntica.


A Dra. Gesika Amorim, com sua vasta experiência e conhecimento nessa área, destaca a importância do diagnóstico precoce para que essas mulheres possam viver uma vida plena e autêntica, sem a necessidade de se esconderem por trás de máscaras sociais.

Diagnóstico e tratamento: A demora no diagnóstico geralmente ocorre porque, desde a infância, essas mulheres são rotuladas com vários transtornos, como TDAH, transtorno de oposição desafiante, transtorno de ansiedade, transtorno bipolar, transtornos de personalidade e depressão, entre outros. Isso faz com que passem por diferentes diagnósticos, tomem diversos medicamentos e continuem sem o tratamento adequado.


Para um diagnóstico assertivo, é necessário que a pessoa passe por um profissional especializado e com experiência em autismo. É importante buscar um neuropsiquiatra conceituado e realizar uma avaliação neuropsicológica com um neuropsicólogo de referência. Posteriormente, a paciente deve ser encaminhada a um neuropsiquiatra, pois o autismo em adultos é basicamente um transtorno comportamental. Neurologistas com pouca experiência em transtorno do espectro autista podem não conseguir realizar um diagnóstico preciso. Portanto, é essencial procurar um neuropsiquiatra experiente e respeitado nessa área, que certamente indicará uma neuropsicóloga qualificada para um diagnóstico adequado.


Quanto ao tratamento, após a avaliação neuropsicológica, identificaremos os diagnósticos e as comorbidades da paciente. Só então poderemos entender o que é passível de tratamento no seu caso. É importante entender que, no espectro autista, não há um medicamento específico para tratar o próprio autismo. Porém, é possível tratar comorbidades como ansiedade, depressão e outras condições comportamentais individuais por meio de uma abordagem medicamentosa personalizada para cada paciente, que sofre de tais quadros comportamentais.


Da mesma forma, o suporte terapêutico não medicamentoso (psicologia, terapia ocupacional, fonoterapia, psicomotricidade, entre outras) deve ser individualizado e desenvolvido de acordo com o perfil de cada mulher. Existem várias metodologias terapêuticas diferentes para o autismo, e cada uma delas se encaixa em um perfil de paciente diferente. É importante lembrar que não há uma abordagem terapêutica única para todos. É necessário personalizar o tratamento com base no conhecimento comprovado e especializado para tratar e individualizar cada caso.

Para os profissionais cuidadores: A Dra. Gesika aconselha: o mais importante é acreditar nessas pacientes. Trabalho há vinte anos com autismo e percebo que muitos profissionais não acreditam no diagnóstico. O famoso “Nem parece que tem autismo”, “Nossa, você fala”, “Nossa, mas você é tão bonita, será que é mesmo?”. Poucos conseguem entender o sofrimento que essas pacientes enfrentam ao ouvir esse tipo de capacitismo.

O mais importante é obter um diagnóstico com profissionais sérios e competentes. É fundamental procurar neuropsiquiatras ou neurologistas capacitados. O diagnóstico deve ser realizado por uma equipe multiprofissional composta por especialistas renomados que possam conduzir e dar continuidade a uma abordagem com um planejamento terapêutico individualizado, levando em consideração a medicação e as terapias adequadas para cada caso. Essa abordagem individualizada permitirá resultados específicos e positivos, considerando as necessidades de cada paciente.


Finalizo compartilhando as palavras da Dra. Gesika Amorim, uma especialista em autismo: “Acredite nas suas pacientes, ofereça um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. Elas merecem ter suas necessidades compreendidas e serem auxiliadas em sua jornada para uma vida plena e significativa.”
 



Dra Gesika Amorim - Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular - (Medicina Integrativa) e Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
https://dragesikaamorim.com.br
Insta: @dragesikaautismo


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