A ausência de planejamento, cuidados e comunicação são alguns dos fatores elencados pela arquiteta Patricia Miranda. O fim das dores de cabeça e um financeiro equilibrado são alguns dos benefícios quando os cuidados são acompanhados
Só de pensar em obra, muita gente faz a associação
do processo com problemas a serem resolvidos, desgostos e o medo de estourar o
orçamento. E, de fato, esses temores podem acontecer, mas a boa notícia é que
esse cenário pode ser evitado. A arquiteta Patricia Miranda, à frente do
escritório Raízes Arquitetos, relata já ter testemunhado
diversos equívocos que infelizmente prejudicam a saúde mental dos moradores,
como também a estética dos projetos, a funcionalidade almejada e, até mesmo, a
durabilidade das construções. “O mais grave é quando o erro realizado na obra
compromete a edificação’’, alerta.
1. Zelar sempre:
Um lugar em obras não implica no descuido com aquilo que já existe de bom nas instalações. De acordo com a arquiteta, elementos como janelas, portas e pisos precisam ser protegidos para evitar batidas que danifiquem aquilo que não precisará ser trocado. Isso vale também para os mobiliários e eletrodomésticos: seja em uma mudança ou quando estão no local, devem ser corretamente acomodados. Ela também acrescenta que o acondicionamento correto dos materiais não pode ser deixado em segundo plano. “Quando uma peça quebra, por exemplo, pode comprometer a quantidade comprada e impactar no aumento dos gastos”, detalha Patricia.
2. Falta de acompanhamento na execução:
A organização
e a limpeza durante a obra promovem um ambiente mais
agradável e até eficiente para todos os envolvidos, incluindo moradores e
trabalhadores. Isso cria um clima positivo e de organização, melhorando as relações
interpessoais e contribuindo para uma solução satisfatória. Nesse antes e
depois da sala de estar realizada pela arquiteta Patricia Miranda, percebe-se que as
paredes e o teto se mantiveram íntegros e limpos durante toda a execução da
obra no imóvel | Foto: Cacá Bratke (à direita)
Segundo a arquiteta Patricia Miranda, a ausência da
gestão da obra – isto é, do acompanhamento profissional para conferir o
trabalho realizado pelas equipes de mão de obra –, pode desencadear um
descompasso delicado para ser resolvido. Intercorrências que podem acontecer
durante o processo e o olhar do arquiteto para resolver as situações e elencar a
sequência das etapas resulta apenas em benefícios.
“No desejo de economizar, encontro alguns clientes
que querem tocar a obra sozinhos. Mas como fazer para lidar com vida pessoal,
trabalho e o gerenciamento de uma obra?”, reflete a arquiteta.
No final das contas, ela afirma que contar com o apoio especializado alivia a
tensão do futuro morador, traz certeza sobre o controle dos gastos e o deixa
liberado para sonhar com o novo momento de vida que está por chegar.
3. Ausência de
projeto:
Parece evidente, mas uma obra sem projeto é fadada
à contabilidade com muitas falhas. Interpretado como um mapa, o projeto é
também um documento que registra e descreve tudo o que deve ser feito e que
coopera para a prevenção de problemas. “É com ele que imergimos no detalhamento e na
identificação in loco de outras coisas que não podem deixar de ser feitas,
quantificação dos materiais... de cabeça seria impossível ter o controle de
tudo”, analisa Patricia.
4. Projeto:
o manual de instruções da obra
Debaixo do braço e conferido sempre: o projeto arquitetônico promove a unidade no trabalho realizado pelos empreiteiros e o profissional responsável Foto: Freepik |
A arquiteta Patricia Miranda observa a importância
de trabalhar com a versão mais atual do projeto. “Considerando que projetar
envolve várias revisões até alcançar o formato ideal, todos precisam falar o
mesmo idioma durante a obra, incluindo o proprietário”, considera.
Economias que não trazem bom
resultado:
5. Argamassa
de assentamento
Com a expansão do setor de revestimento cerâmico –
em especial o porcelanato, que entrega altíssima qualidade e um leque
completíssimo de estampas, englobando inúmeras referências de mármores e tipos
de madeira –, o material para assentamento também evoluiu.
Dessa forma, a profissional sustenta a necessidade
de conferir a tipologia adequada para a argamassa, geralmente indicada nas
instruções do fabricante, assim como a quantidade correta para a aderência. “Essas
precauções evitam que um item de tanta durabilidade apresente o descolamento em
curto e médio prazo. Junto a isso, também ressalto a importância de
contratar aplicadores experientes”, aconselha.
6. Aplicação
do rejunte adequado:
Mesmo quando as juntas são mínimas, a partir
de 1 ou 2mm, é importante atentar para o tipo do rejunte. Ambientes secos são
diferentes dos com umidade, que pedem rejunte acrílico. Locais com muita
movimentação pedem rejunte epóxi. Então, a compra da tipologia certa e a
atenção redobrada na aplicação são pontos salientados pela arquiteta. “Falando
do processo em si, o rejuntamento deve ser acompanhado por uma revisão, pois o
próprio revestimento pode absorver a umidade do procedimento e resultar em
falhas”, detalha Patricia.
7. Revestimentos
inadequados para certas atividades ou usos
Locais como cozinha e churrasqueira, por exemplo, são impactados pela gordura e, em função disso, pedem por revestimentos não porosos e de fácil limpeza. A mesma dinâmica deve ser pensada nos banheiros, evitando a especificação de pisos escorregadios, como forma de mitigar o risco de acidentes e, em locais de grande impacto, como as garagens, um piso de alta resistência. “Esse raciocínio não se aplica somente ao piso, mas em outras situações como as bancadas”, acrescenta a arquiteta.
Veja outros conselhos elencados por Patricia:
8. Coerência
nas etapas:
“Não adianta pintar uma
parede que ainda terá passagem de fiação, pois com certeza ficará suja depois”, exemplifica a profissional.
9. Banheiros
com a madeira certa:
Usar gabinetes não resistentes às áreas molhadas e
úmidas costuma inchar e estragar com o tempo de uso.
10. Comunicação:
Levando em consideração que uma obra envolve muitas pessoas, a interação e clareza entre todas as partes é primordial, ocorrendo como a sintonia de uma orquestra: cada equipe à frente de uma atividade precisa saber o seu papel, o seu momento e o daquele que o antecede e sucede.
Conheça algumas sugestões de revestimentos em
porcelanatos para a sua casa:
Roca Cerámica
Série Desert
Série Limestone
Incepa
Série Intense
www.raizesarquitetos.com.br
@raizesarquitetos
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