Muito hoje escuta-se falar termos técnicos para definir e justificar quase tudo!
Observo como o indivíduo (crianças, jovens, adultos
e idosos) reagem exageradamente perante a mínima dificuldade, limitação ou
desafio.
Mesmo que ainda estejam em formação, vemos crianças
“frustradas, apáticas, desmotivadas “quando existe alguma situação não prevista,
ou seja, “o novo”.
Estas dificuldades se transferem da infância até a
senescência e começam sendo mais evidentes no início da vida escolar.
É na escola onde a criança convive diariamente com normas, regras, limites e novos conhecimentos que a desafiam a se adaptar saindo da sua zona de conforto.
Este tipo de dificuldade interfere em tudo o que conhecemos como “aprendizagem” a qual vai muito além do espaço físico de uma escola, considerando que nos deparamos no decorrer da vida com este tipo de situações e quando nos adaptamos, ou seja, mudamos nosso comportamento dizemos que aprendemos.
Portanto a aprendizagem traz como consequência e quando bem sucedida um produto: um novo comportamento.
Então, quais são as habilidades que facilitam essa aprendizagem?
Estas são neuro habilidades chamadas “FUNÇÕES
EXECUTIVAS”, que são ações mentais que incluem o “planejamento, a organização,
o controle inibitório e a Memória operacional entre outras, as quais utilizamos
em tudo e durante toda nossa vida e são desenvolvidas na infância até o início
da vida adulta e que desenvolvem conjuntamente a autonomia do indivíduo.
Quais são as melhores ferramentas para adquiri-las?
Tem uma fundamental: a experiência que é o resultado dos estímulos positivos,
ou não, que vem do meio no qual nos desenvolvemos.
Por falar em meio ambiente, incluo TODOS: familiar,
social, escolar etc.
Quando falamos de “experiência” entendemos a
Vivência de uma situação, ou seja, fazer parte ATIVA dela e não virtualmente
(através das telas).
Na criança a melhor vivência é a do Brincar através
da qual se antecipam de forma lúdica, situações reais da vida adulta como
ocorre por exemplo no jogo simbólico, no faz de conta.
Numa geração atual de “infantes cyberdependentes”
como desenvolver estas neurohabilidades?
Deixo aqui para pais, responsáveis e tutores
algumas dicas:
Incentive seu filho a brincar que é a melhor
maneira de obter “experiência” de forma lúdica a qual favorecerá:
- A
desenvolver neurohabilidades como Planejamentos, organização, elaboração de
estratégias resolutivas, ou seja, a tomada de decisões;
- Aprender
a vivenciar a “frustração” do ganha /perde;
- A
desenvolver o cooperativismo quando se trabalha
em grupo para o mesmo objetivo, para fazer parte de uma equipe, aquela
da qual fará parte futuramente no ambiente de trabalho;
- A
desenvolver o acervo de neuro habilidades melhorando nossa reserva
cognitiva e retardando seu declínio na velhice.
Desenvolver e aprimorar estas habilidades
cognitivas, ou seja, as Funções Executivas, prepara a criança de hoje a ter uma
vida adulta autônoma e na chegada da senescência, a estar melhor adaptado às
limitações da própria idade.
Na infância criativa, o mundo lúdico abre portas para o desenvolvimento de diferentes
esquemas representativos das funções executivas presentes no simbólico, na
comunicação verbal, não verbal e escrita, a viver em sociedade e, portanto, a
conviver com o próximo.
A boa notícia é que não há idade para adquirir ou
aprimorar neuro habilidades, portanto proponho a você intensificar suas experiências
reais junto às dos seus filhos, cada um na sua diferente fase da
vida, se transformando em indivíduos e futuros adultos melhor adaptados,
autônomos e acima de tudo felizes, pense nisso.
Viviana Palou – Bióloga, psicopedagoga,
neuropsicopedagoga, especialista em Reabilitação Neuropsicológica. Autora do
livro “Soft Skills Teens” (Literare Books International). Instagram:
@palouviviana
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