Quando falamos de futuro na saúde, podemos imaginar tendências como cirurgia com o uso de nano robôs médicos, impressão de órgãos, ossos e tecidos com o uso de impressoras 3D e dispositivos vestíveis que recuperam o movimento de pessoas com deficiências físicas.
Podem parecer ideias futuristas ou até
impossíveis, mas a realidade é que estamos vivendo uma nova revolução, desta
vez, focada na inteligência e na tecnologia. Assim como passamos por outras
três revoluções e, com elas, aprendemos e nos adaptamos, precisaremos nos
adequar a mais uma mudança que já tem seu lugar garantido na nossa rotina.
A Inteligência Artificial (IA) tem
acelerado essa revolução e a adoção dela na área da saúde está crescendo
rapidamente. Para se ter uma ideia, em 2022, cerca de 40% dos hospitais nos
Estados Unidos utilizavam IA, com previsão de chegar a 70% até 2027, sendo
aplicada atualmente para melhorar a qualidade do atendimento ao paciente,
aumentar a precisão de diagnósticos, reduzir os custos e melhorar a eficiência
do sistema de saúde.
Um estudo realizado pelo Memorial Sloan
Kettering Cancer Center (EUA) mostrou que um sistema de IA foi capaz de
identificar pacientes com câncer de pulmão com 94% de precisão, enquanto os
radiologistas humanos tiveram uma precisão de 86%. Isso levou a uma redução no
número de pacientes que receberam diagnósticos incorretos e tornou possível um
tratamento mais eficaz.
O resultado é surpreendente. Mas se
engana quem pensa que teremos um substituto digital para o médico. Prefiro
pensar que teremos um assistente com QI avançado e que poderá ser um suporte
importante na jornada médica.
Outro estudo realizado pela
Universidade de Stanford mostrou que um sistema de IA foi capaz de desenvolver
um novo tratamento para o câncer de mama mais eficaz do que os tratamentos
existentes. Os pesquisadores usaram um conjunto de dados de 10.000 pacientes
com câncer de mama de estágio inicial para treinar um sistema de IA baseado em
aprendizado profundo, identificando características moleculares e genéticas que
poderiam ser usadas para prever a resposta ao tratamento. O resultado é que a
IA foi capaz de desenvolver tratamentos personalizados que foram mais eficazes
do que os tratamentos existentes em pelo menos 42% dos casos, sendo menos
agressivos.
Mas e agora, o que
é possível esperar?
A Inteligência Artificial (IA) tem o
potencial de revolucionar a maneira como a saúde é entregue. Enquanto
imaginamos tudo que é possível fazer num futuro próximo com IA, podemos
tangibilizar ações de curto prazo, como a adoção em processos burocráticos que
possam ser executados por IAs generativas ou robotização, já agora.
De acordo com um estudo do American
College of Physicians (EUA), os médicos gastam cerca de 50% de seu tempo com
tarefas administrativas, como preencher formulários, fazer chamadas telefônicas
e lidar com seguros.
Considerando a automatização de uma
parte dessas atividades, restaria muito mais tempo para que o médico se concentre
na atenção e cuidado ao paciente.
O que veremos nos próximos anos ainda é
incerto nesse campo, mas podemos ter a certeza de que a tecnologia no cuidado à
saúde tem avançado a passos largos para tornar a saúde mais inteligente, mais
acessível e mais digital.
Andrey Abreu - diretor Corporativo de Tecnologia da MV
MV
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