No Dia Mundial do
Coração, cardiologista destaca necessidade de ampliar ações de conscientização
sobre cuidados preventivos e adoção de hábitos saudáveis desde a infância
O infarto do miocárdio, comumente conhecido como
ataque cardíaco, é uma condição de saúde grave e com alto impacto na saúde dos
brasileiros, considerada uma das principais causas de morbidade e mortalidade
no país. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra uma média de
cerca de 100 mil hospitalizações por ano devido a infartos e estima-se que
ocorram de 300 mil a 400 mil casos por ano.
Os dados também apontam que, entre as mortes
causadas por doenças cardiovasculares, cerca de 30% são por infarto. Para
reforçar a importância de ampliação de medidas de prevenção e conscientização,
foi instituído, em 29 de setembro, o Dia Mundial do Coração. A data visa
disseminar informações seguras e estimular práticas preventivas com o apoio de
entidades de saúde.
Segundo Antonio Babo, cardiologista e emergencista
do Hospital Municipal Evandro Freire/CER Ilha no Rio de Janeiro, a rapidez no
atendimento de um infarto desempenha um papel crucial na sobrevivência dos
pacientes. “É fundamental a busca por atendimento médico imediato logo que se
percebam os primeiros sinais, ação que pode reduzir os riscos de óbito”, frisa.
Além disso, a realização de acompanhamentos
periódicos, sobretudo quando há histórico familiar de doenças cardíacas e
comorbidades agravantes, devem integrar uma agenda contínua de cuidados com a
saúde.
O especialista destaca também a importância de se
intensificar ações de prevenção e conscientização da população sobre os
impactos da doença. Ele explica que o infarto não é apenas uma preocupação de
saúde masculina. “Entre as mulheres, temos visto um aumento nas taxas de
infarto nas últimas décadas, e atualmente, representam cerca de 30% dos casos”.
A faixa etária é outro fator importante a ser
considerado, alerta Babo. “O infarto não é exclusivo dos idosos. Uma proporção
significativa dos casos ocorre em pessoas com menos de 65 anos, o que reforça a
necessidade de conscientizar a população sobre os fatores de risco e promover
hábitos de vida saudáveis desde cedo.”
Os fatores de risco, como tabagismo, hipertensão,
diabetes, obesidade e histórico familiar, desempenham um papel significativo
nas estatísticas de infarto. No Brasil, estima-se que mais de 30% da população
adulta seja hipertensa, e cerca de 8% é diabética. “A adoção de hábitos
saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios, é
fundamental na prevenção”, salienta.
Sinais de alerta
O especialista esclarece que o infarto ocorre
quando há falta de irrigação sanguínea no coração, levando à necrose de parte
do músculo cardíaco. Isso pode acontecer devido a obstrução das artérias
coronarianas por placas de gordura e outras substâncias que vão se acumulando
ao longo da vida. “Um indivíduo pode estar em risco de infarto sem perceber, se
não estiver em dia com os cuidados preventivos”, lembra.
Para que o paciente tenha maiores chances de
recuperação, portanto, Babo cita os principais sinais que indicam um potencial
infarto no miocárdio:
- Dor
aguda no peito por mais de 20 minutos;
- Sudorese
ou suor frio;
- Cansaço
ou fraqueza;
- Náuseas
e/ou vômito;
- Tontura
ou desmaio.
Ao perceber estes sintomas, deve-se procurar
atendimento na emergência hospitalar mais próxima. Vale destacar que, embora os
riscos sejam aumentados, o Brasil tem feito avanços no tratamento do infarto. A
disseminação de unidades de tratamento especializadas, a adoção de protocolos
mais modernos e o acesso a medicamentos eficazes têm contribuído para o combate
ao óbito e consequente melhora na qualidade de vida de pacientes que sobrevivem
a um ataque cardíaco.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
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