Médico
hematologista e professor da Universidade Estadual de Campinas tira dúvidas
sobre a ocorrência de trombose em pessoas da terceira idade, as mais acometidas
pela doençaPixabay
A terceira idade costuma
ser acompanhada de determinadas doenças e complicações de saúde, que se tornam
mais frequentes à medida em que envelhecemos. E uma das doenças que necessitam
de maior cuidado e atenção durante o processo de envelhecimento é a trombose,
termo utilizado para indicar a obstrução de qualquer vaso sanguíneo do
organismo humano a partir da formação de um coágulo, chamado de trombo.
“O coágulo
pode afetar tanto o sistema arterial quanto o venoso, dando origem a diferentes
variações da trombose. O tipo mais comum é a trombose venosa profunda (TVP),
que ocorre quando o trombo se forma em uma veia profunda localizada nas pernas,
causando dor e inchaço dos membros”, afirma Erich de Paula, médico
hematologista e professor associado da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo o
Dr. Erich, o coágulo formado pode acabar se soltando e chegar até os pulmões
por meio da circulação sanguínea, caracterizando a embolia pulmonar, uma das
complicações mais graves da trombose – a embolia causa lesão grave nos pulmões
e pode ser fatal. Ele explica que os sintomas da embolia pulmonar incluem dor
no peito, falta de ar e aumento da pressão arterial. Por fim, outro tipo de
trombose, que são as arteriais, se formam mais comumente nos próprios órgãos,
sendo as mais conhecidas o infarto do miocárdio e o AVC.
O médico
hematologista ressalta que a trombose atinge pessoas de ambos os sexos e em
qualquer faixa etária, porém é mais prevalente em idosos, uma vez que estes têm
o risco aumentado de desenvolver a doença devido aos fatores de risco. “Ganho
de peso progressivo, sedentarismo e mobilidade reduzida são fatores inerentes
ao indivíduo mais idoso que contribuem para a ocorrência de trombose”, afirma
Dr. Erich. “Outro elemento importante é o câncer, que também é uma doença mais
frequente em idosos, e que aumenta bastante o risco de trombose”. Além disso,
ele diz ser importante estar atento a outros hábitos e condições que favorecem
o desenvolvimento da doença como o tabagismo, tendência familiar, cirurgias e
internações prolongadas. Já para as tromboses arteriais, os fatores de risco
são um pouco diferentes, e incluem principalmente o diabetes, hipertensão e
elevação dos níveis de colesterol.
Segundo o
especialista, no caso de idosos dependentes e acamados, também é recomendável
que seus acompanhantes fiquem atentos a sintomas como falta de ar, desconforto
respiratório e inchaço dos membros. “Além disso, é importante ressaltar que
conhecer os fatores de risco e informá-los aos profissionais de saúde no caso
de suspeita de trombose é essencial, pois pode auxiliar no diagnóstico rápido e
preciso”, diz o Dr. Erich.
De forma
geral, a prevenção das complicações relacionadas a trombose inclui a adoção de
um estilo de vida saudável e dieta equilibrada, com controle de peso e prática
de exercícios, sendo o uso de medicamentos preventivos de indicação restrita a
pacientes com perfis muito especiais, de risco mais elevado. Nos casos em que a
prevenção não impede a ocorrência da trombose, o tratamento é feito com base no
uso de anticoagulantes, sempre com acompanhamento médico. Após o tratamento,
que costuma durar em torno de seis meses, o paciente deve passar por uma nova
avaliação médica para avaliar os riscos de desenvolvimento de novas tromboses e
a melhor estratégia preventiva.
“A trombose
é uma doença perigosa, figurando entre as principais causas de morte do mundo.
Por isso, iniciativas como o Dia Mundial da Trombose, data lembrada anualmente
em 13 de outubro para alertar e informar a população sobre a doença, são muito
importantes para conscientizar as pessoas sobre os riscos da trombose e como se
prevenir, auxiliando a salvar vidas”, conclui o professor-doutor.
Sobre o Dia Mundial da Trombose – No dia 13 de outubro é lembrado o Dia Mundial
da Trombose, que tem como objetivo aumentar a consciência sobre a trombose
entre profissionais da saúde, pacientes e entidades do governo e do terceiro
setor. No entanto, devemos estar em alerta para essa afecção todos os dias. Em
âmbito global, a campanha desta efeméride é liderada pela Sociedade
Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, na sigla em inglês) e, no Brasil,
por entidades médicas, entre as quais se destaca a Sociedade Brasileira de
Trombose e Hemostasia (SBTH). Para saber mais, acesse o site do Dia
Mundial da Trombose e também o site da SBTH.
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