Comportamento
autoritário no trabalho ou na família pode ser Síndrome do Pequeno Poder,
distúrbio psicológico é pouco conhecido
Já viu algum colega de trabalho ou um amigo receber algum tipo de poder em sua esfera e passar a agir de forma autoritária? Esse tipo de atitude é chamada de Síndrome do Pequeno Poder e é caracterizada pelo uso de poder sem preocupação com seus resultados e eventuais danos.
É um fato que existe uma crise de saúde mental no mundo, as doenças vêm em diversas formas. Da ansiedade à depressão, uma pesquisa da OMS mostra que 86% dos brasileiros têm algum transtorno mental, incluindo também a Síndrome do Pequeno Poder, que não é considerada menos que as demais.
Segundo
a psicóloga e especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, Vanessa Gebrim, a
síndrome está diretamente ligada ao autoritarismo. “A Síndrome do Pequeno
Poder, é uma atitude de autoritarismo por parte de um indivíduo que, ao receber
um poder, usa de forma absoluta, imperativa e exagerada sem se preocupar com as
consequências e problemas que podem ocasionar nas relações”, explica.
Causas
da Síndrome do Pequeno Poder
O alerta da Síndrome do Pequeno Poder é entender que ela não é apenas um ato de autoritarismo e sim um problema de saúde mental. “Pode ser identificada através de alguns sintomas como: arrogância, impulsividade, inquietude, excesso de confiança em si mesmo, mas que revela uma grande insegurança disfarçada. Isso acaba gerando conflitos graves, contribuindo para o desinteresse pelo trabalho se for no ambiente profissional e se for nas relações familiares e sociais, acaba ampliando a falta de interesse por essas relações, desenvolvendo quadros de depressão e ansiedade por quem sofre a opressão”, revela.
A Síndrome do Pequeno Poder tem origem em relações emocionais desequilibradas que geram uma baixa autoestima e necessidade de autoafirmação, mas possui tratamentos. “A psicoterapia ajuda a fazer com que a pessoa tenha consciência de como esse comportamento pode afastá-las das outras pessoas. Também pode mostrar como as atitudes da pessoa estão sendo inconvenientes, além de trabalhar a insegurança que está disfarçada por uma autoconfiança que não existe”, indica.
É
fácil de identificar a situação em nosso cotidiano, no trabalho ou em casa. “O
exemplo mais comum é aquele em que alguém que era apenas um colega de trabalho,
mas que bastou ter recebido uma pequena promoção, mesmo não sendo o chefe
começa a tratar com arrogância o colega e a se vangloriar de seu “novo cargo”.
Muitas vezes as avaliações de perfis tidos como “enérgicos”, para exercer
liderança e obter o respeito dos subordinados, podem ter características dessa
síndrome. Neste caso, a avaliação do perfil comportamental e psicológico deve
ser extremamente eficiente para detectar esta situação, de forma rápida, antes
de exercer a opressão e não afetar toda a equipe”, exemplifica.
Por
fim, é primordial que não seja vista com normalidade, mas conversada e tratada.
“O importante é que a síndrome do pequeno poder não passe a ser vista como
normal. A opressão não deve ser aceita e nem alimentada, mas também é
importante tomar cuidado com reações muito agressivas. Se estiver muito
presente procure ajuda psicológica”, finaliza Vanessa Gebrim.
Vanessa Gebrim - Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil). É precursora em Alphaville dos tratamentos em trauma emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas modernas que otimizam o tempo de terapia e provocam mudanças no âmbito cerebral. Tem amplo conhecimento clínico, humanista, positivista e sistêmico e trabalha para provocar mudanças profundas que contribuam para a evolução e o equilíbrio das pessoas. Mais de 20 anos de atendimento a crianças, adolescentes, adultos, casais e idosos, trata transtornos alimentares, depressão, bullying, síndrome do pânico, TOC, ansiedade, transtorno de estresse pós traumático, orientação de pais, distúrbios de aprendizagem, avaliação psicológica, conflitos familiares, luto, entre outros.
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