O risco de trombose em mulheres pode aumentar em até 5 vezes em
diferentes fases da vida. Fique atenta aos riscos e saiba como prevenir
situações graves
A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença caracterizada pela formação de um coágulo de sangue em uma veia profunda do corpo. Diferentes motivos podem levar à diminuição ou alteração do fluxo sanguíneo, fazendo com que o sangue se aglutine e coagule.
O perigo está na possibilidade de um fragmento de coágulo se desprender e, através da circulação, percorrer o organismo e se alojar nos pulmões, resultando em uma embolia pulmonar (EP), uma condição grave e que pode ser fatal, explica o Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.
“As mulheres devem ter atenção redobrada,
pois algumas situações aumentam as chances de desenvolver tromboses em
diferentes fases da vida, sobretudo na gravides, puerpério e menopausa”.
Prevenção e diagnóstico
A trombose é uma situação rara, mas merece atenção especial pois há como prevenir e até mesmo diagnosticar precocemente, evitando complicações mais sérias.
A prática de atividade física regular, evitar permanecer muitas horas na mesma posição, seja em pé ou sentada, e observar a alimentação para incluir itens que favoreçam a circulação sanguínea são alguns dos cuidados importantes, especialmente para quem possui risco aumentado.
Azeite de oliva, alho, alcachofra, aipo, mirtilos, açaí, limão e uvas são alguns dos alimentos benéficos para a circulação, enquanto excesso de sódio (sal) e aditivos químicos presentes em alimentos industrializados devem ser evitados.
Sinais de inchaço nos tornozelos, dor, sensação de cansaço e peso nas pernas, principalmente no final do dia, devem ser avaliados por um médico, alerta o Dr. Alexandre.
“Em situações em que há risco aumentado, como na gravidez ou menopausa, ou antes de optar por um método anticoncepcional, é possível realizar um exame genético para verificar o risco de trombose”.
Para a realização do exame, o médico
ginecologista poderá fazer a coleta do material vaginal em consultório e
encaminhar ao laboratório. Com os resultados em mãos, ele avaliará qual o
melhor caminho para a indicação de anticoncepção ou terapia de reposição
hormonal.
Trombose e gravidez
Algumas fases da vida da mulher merecem atenção especial relacionada à trombose. Na gravidez, este risco aumenta, pois entre as alterações naturais do organismo, nesta fase o sangue passa a se coagular mais facilmente. Se por um lado esta mudança beneficia a mulher prevenindo maiores perdas de sangue durante o parto, aumenta o risco de desenvolver um coágulo sanguíneo.
Além disso, com o crescimento do feto, há
aumento da pressão nos vasos sanguíneos ao redor da pelve, lentificando o fluxo
sanguíneo. Há, ainda, a dificuldade de movimentação natural da gestante e da
puérpera, limitando o fluxo sanguíneo normal nas pernas.
Trombose e menopausa
A partir do climatério, as mulheres voltam
a enfrentar um risco aumentado de coágulos sanguíneos. Com a redução da
produção de hormônios que regulam o ciclo reprodutivo, muitas mulheres têm a
indicação de realizar a reposição hormonal à base de estrógenos que, se
utilizados em altas doses, também podem aumentar o risco de trombose venosa.
Outros fatores
São fatores importantes na avaliação do risco de trombose o histórico familiar ou pessoal de coágulos sanguíneos e distúrbios de coagulação do sangue. Por isso, estas informações devem ser levadas ao médico antes de optar por um método anticoncepcional ou terapia de reposição hormonal.
Episódios de
imobilidade prolongada devido a situações de saúde ou condições médicas como
doenças cardíacas ou pulmonares ou diabetes, também devem ser notificadas ao
médico.
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