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O Dia dos Avós é celebrado nesta quarta-feira (26)
em todo o Brasil. Mas você sabia que essa convivência entre avós e netos, além
de ser considerada socialmente uma das mais singelas, é prevista pela
legislação brasileira? De acordo com a advogada Laura Brito, especialista em
Direito da Família e Sucessões, se não respeitada, a situação pode ser
resolvida na Justiça.
“O Código Civil garante esse direito de
convivência. Por isso, se os pais, injustificadamente, impedirem a convivência,
pode haver até fixação judicial de convivência”, explica.
Segundo Laura, um exemplo é o de pais separados, em
que a criança só mantém convívio com um lado da família. Se o contato for
desejo dos outros, é possível pleitear o direito junto ao Judiciário.
Para além de um direito, o convívio saudável com
netos também é um benefício para a saúde e o desenvolvimento dos avós. Afinal,
a relação afetiva pode promover um bem-estar mental que se reflete na parte
física.
De acordo com a terapeuta ocupacional Syomara
Cristina Szmidziuk, a chamada “netoterapia” permite que o contato com uma
geração muito mais nova promova uma troca de conhecimentos — e até mesmo uma
abertura a novas ideias.
Contudo, a terapeuta ocupacional alerta para a
importância de avós entenderem as limitações físicas na relação, em especial no
caso dos idosos. Isto porque certas brincadeiras podem provocar acidentes e
lesões.
“É importante sempre explicar para a criança que é
preciso ter cuidados com os mais velhos, no sentido também de não deixar brinquedos
espalhados pela casa para evitar quedas ou, então, brincadeiras que podem levar
idosos a lesões temporárias ou permanentes. Lembrando que os netos costumam ter
uma grande energia, querer acompanhar o ritmo pode deixar de ser prazeroso para
transformar-se em exaustivo. A chave da relação é evitar exageros ou mimos, ela
deve ser prazerosa para ambas as partes”, explica Syomara.
Além disso, do ponto de vista da Terapia
Ocupacional, é necessário também entender o papel dos avós, que não é de ser
pai ou mãe dos netos.
“É necessário evitar abusos neste sentido. Avós não
são pais. Essa transferência de papéis, quando ocorre, pode ser prejudicial
para ambas as partes. É preciso reconhecer os limites desta relação, o idoso
deve manter uma rotina de cuidados reais, ou seja, fazer o que é necessário e
não buscar agradar aos pais nem ceder a todos os caprichos infantis”, frisa a
TO.
Syomara Cristina Szmidziuk — Atua há 33 anos como terapeuta ocupacional e tem experiência no tratamento em reabilitação dos membros superiores em pacientes com lesões neuromotoras. Faz atendimentos com terapia infantil e juvenil, adultos e terceira idade. Desenvolve trabalhos com os métodos Bobath, Baby Course Reabilitação Neurocognitiva Perfetti, Reabilitação de Membro Superior-Terapia da Mão, Terapia Contenção Induzida (TCI) e Imagética Motora entre outros.
Laura Brito Advocacia
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