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De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 89% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos em todo o mundo já utilizaram a internet em algum momento da vida. A abrangência dos meios digitais na vida e no cotidiano contemporâneos é tema de discussão, desde a psicologia até a segurança pública, dos governos à sala de aula. E não é para menos, já que estudos têm demonstrado que há uma íntima relação entre o uso de plataformas digitais e o aumento do número de ataques em escolas, por exemplo.
Mas como exercer a parentalidade na era digital?
Como controlar o conteúdo acessado pelas crianças e adolescentes sem
comprometer o pacto de privacidade, que é tão importante para os seres humanos?
Para Fernando Brafmann, consultor em Proteção e Segurança Escolar dos colégios
do Grupo Positivo, trata-se de entender que o celular é uma porta de acesso a
um mundo que não possui apenas conteúdos positivos. “Antes do uso massivo dos
celulares, os pais queriam saber quem eram os amigos dos filhos, onde moravam,
como eram as famílias deles. Na internet, o raciocínio deve ser o mesmo. É
preciso saber o que as crianças estão vendo e como elas consomem esse
conteúdo”, alerta.
- O
que é combinado não sai caro
Sempre que se fala em controle parental, o outro
lado da moeda é a eventual perda de privacidade de quem está sendo monitorado.
Isso se torna um problema, principalmente no caso dos adolescentes, que já
estão em uma fase de desenvolvimento de personalidade que exige certo
distanciamento dos pais e responsáveis.
Segundo a especialista em Psicologia Educacional e
Educação Inclusiva dos colégios do Grupo Positivo, Michele Norberto, isso pode
ser resolvido com regras bem delimitadas entre pais e filhos. “Tudo o que é
construído junto com eles é muito mais forte. Então, o ideal é que as crianças
e adolescentes sempre saibam que os pais têm acesso ao seu telefone e aos
conteúdos acessados por ele. Não esconda que você tem esse controle, mas
explique por que ele é necessário”, orienta.
- Conheça
o mundo virtual em que os jovens circulam
Instagram, TikTok, Twitter. Os muitos nomes e as
inúmeras funções de cada plataforma ou rede social muitas vezes escapam à
compreensão dos pais. No entanto, conhecer cada uma delas é fundamental para a
parentalidade digital. Por isso, é importante procurar compreender para que
servem e como os jovens utilizam essas ferramentas. Brafmann lembra que, hoje,
é comum que os adolescentes tenham, inclusive, mais de um perfil em cada rede
social. “Eles fazem isso para escapar do controle parental, então é preciso
assumir que isso está acontecendo e buscar o diálogo para entender o que está
sendo compartilhado em cada um desses perfis”, destaca.
- Observe
os sinais
Crianças e adolescentes dão sinais de que algo está
errado. A presença dos pais e educadores, nesse sentido, é fundamental. Se a
criança esconde o celular na presença dos pais, por exemplo, ou pausa o
conteúdo que estava sendo visto, isso pode ser um sinal de que algo está
errado. No caso dos adolescentes, mudanças de comportamento, irritação,
isolamento, tristeza constantes precisam ser observados. Deletar o histórico de
navegação, não querer atender a chamadas ou responder mensagens, por exemplo,
são alertas que não podem ser ignorados.
- Configure
o telefone de acordo com a idade
Os aparelhos de celular atuais permitem, nas
próprias configurações, definir quais aplicativos podem ser instalados. Também
é possível bloquear o uso após determinado tempo ou hora do dia. Essas
funcionalidades são muito importantes para que os pais consigam monitorar
melhor o que está acontecendo nas telas às quais seus filhos têm acesso. Isso
deve ser feito de acordo com a idade da criança, diz Brafmann.
- Ofereça
ajuda
Sexting, ciberbullying, ameaças e outros problemas
são parte do dia a dia das ferramentas digitais. E é preciso que os jovens
compreendam que têm alguém com quem contar dentro de casa para lidar com esses
problemas. “Quando os pais já têm um processo de parceria com os filhos, fica
mais fácil estabelecer essa via de diálogo. É um processo de construção para
que as crianças confiem nos pais para resolver eventuais problemas associados
ao uso da internet”, ressalta Michele.
Fernando Brafmann e Michele Norberto são os
convidados do 11.º episódio da temporada “Conexões”, do Posicast, produzido
pelos colégios do Grupo Positivo, cujo tema é “Parentalidade na era digital:
estratégias para o controle de conteúdo”. Todos os episódios estão disponíveis
no YouTube do colégio (https://www.youtube.com/@colegiopositivo).
Colégio Positivo
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