Julho traz laço
rosa-verde-roxo para conscientizar sobre os cuidados com esse tumor
Homens brancos, com mais de 60 anos, e que fazem
uso de tabaco, precisam reforçar a atenção com a saúde, principalmente no que
diz respeito ao câncer de bexiga. Isso porque, esse perfil é um dos mais
atingidos pela doença, que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) deve
fazer 11.370 vítimas em todo o Brasil, entre os anos de 2023 e 2025. Esse tipo
de tumor é duas vezes mais frequente em homens e em pessoas brancas. Apesar de
ser considerado pouco frequente, ocupando a 12ª posição no Brasil, é uma doença
que pode ser evitada com a alteração do estilo de vida.
As causas do câncer de bexiga ainda não são
conhecidas, mas o tabagismo é um dos principais fatores de risco para a doença.
O oncologista Higor Mantovani, do Grupo SOnHe, reforça a necessidade de uma
mudança de hábitos entre as pessoas, abandonando o cigarro e incorporando
atividade física e alimentação saudável à rotina. “A pandemia nos ensinou muito
sobre a importância da vida saudável. Pessoas ativas, que mantinham uma
alimentação saudável, evitando ultra processados, se sentiam menos vulneráveis
à COVID-19. Não é só uma sensação! O estilo de vida que levamos diz muito sobre
o nosso futuro próximo”, alerta o médico.
Cerca de 90% dos pacientes descobrem o câncer de
bexiga após os 55 anos, o que faz com a doença seja associada a pessoas com
mais idade. Na maioria dos casos, o câncer de bexiga se apresenta de maneira
leve, atingindo a mucosa de revestimento interno, chamada de urotélio. Sangue
na urina e alteração nos hábitos urinários sintomas são característicos e
exigem investigação imediata. “Se o paciente sentir dor, dificuldade ou até
mesmo vontade excessiva de urinar, é preciso procurar um especialista”, alerta
o oncologista Higor Mantovani. O Sangue na urina também deve ser observado e
relatado ao médico. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais chances de
cura o paciente apresenta.
Novidades no tratamento
O tratamento padrão do câncer de bexiga traz
abordagens cirúrgicas e quimioterápicas, com base em compostos derivados de
platina. Atualmente, a Oncologia moderna passou a contar com novas tecnologias
que vem ganhando espaço no tratamento desta neoplasia e garantindo resultados
satisfatórios, como a imunoterapia, indicada para pacientes que apresentavam o
estágio mais avançado do câncer.
Alguns estudos comprovaram a eficácia dos
imunoterápicos após a falha de quimioterapia com platina. Mais recentemente,
ela passou a integrar uma estratégia de manutenção após a algumas doses de
tratamento com quimioterapia com platina; este tratamento é, hoje, o padrão de
escolha para os pacientes que se apresentam com câncer de bexiga com
metástases, ou que recidivam após algum tempo do tratamento definitivo deste
câncer. “A imunoterapia também ganhou espaço no cenário inicial do câncer
urotelial, mostrando resultados interessantes e sendo incorporada à prática
clínica”, reforça o oncologista Higor Mantovani.
A terapia-alvo também trouxe avanços no tratamento
do câncer de bexiga. É sabido que 15 a 20% dos pacientes com câncer urotelial
tem alterações em genes do FGFR (receptor de fator de crescimento de
fibroblastos). Neste sentido, foram desenvolvidos medicamentos que tem como
alvo as células com tais alterações genéticas; é o caso do Erdafitinibe. A
última edição do Congresso Americano de Oncologia Clínica (ASCO 2023) trouxe
resultados consistentes deste medicamento em segunda linha de tratamento do
câncer urotelial avançado com alterações genéticas em FGFR. “Este medicamento
já está disponível no Brasil, mas ainda com cobertura restrita pelos planos de
saúde e sem perspectivas de chegada ao SUS”, alerta o oncologista.
Mais recentemente, o arsenal terapêutico para
combate ao câncer de bexiga ganhou mais um combatente; os chamados ADC’s
(anticorpos conjugados a droga). Essa tecnologia foi recentemente incorporada
no tratamento de câncer de mama no Brasil. Esse tipo de tratamento tem um
mecanismo de ação diferente, no qual um composto antineoplásico é “entregue”
dentro do microambiente celular, através de um anticorpo específico que tem
afinidade pela célula tumoral.
Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia
www.sonhe.med.br
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