Psicanalista alerta que é preciso revisitar essa condição
Já se pegou
cometendo os mesmos erros? Agindo da mesma forma que um dia, você disse a si
mesmo que não faria jamais? Repetindo formas falidas de relacionamentos
abusivos e tóxicos?
Então, muito se
fala da autopunição e dos chicotes imaginários, com os quais usamos para nos
culparmos por repetições de comportamentos, situações ou emoções destrutivas:
os chamados ciclos viciosos.
Mas eles se
repetem porque não estamos totalmente “curados”. A consciência não foi
completamente assimilada para que o ciclo não se instaure novamente.
No entanto, a
culpa que imputamos a nós quando percebemos que estamos, novamente, fazendo as
mesmas coisas, é na verdade uma tentativa interna de alívio da sensação ruim.
Uma maneira de nos
sentirmos melhores apesar dos erros. Tentando demonstrar que se está errando de
novo, mas não queria estar agindo assim.
Como se, a sua
culpa se fosse eliminada neste momento. Mas assumir uma culpa e não tomar
atitude de mudança, de nada adianta para que o ciclo seja quebrado.
No fundo do nosso
inconsciente, agimos desse modo para assumir para nós mesmos que não somos
pessoas tão perversas, tão cruéis ou tão ingênuas. O que não minimiza os
impactos e ações que nos prejudicam.
Essas punições são
na verdade, manipulações que criamos para nós e para o outro, objetivando um
alivio interno e a valorização desta falta de atitude em agir em prol de uma
verdadeira mudança. Existe, portanto, uma necessidade real de alteração desse
comportamento.
Continuar fazendo
as mesmas coisas, da mesma maneira ou vivenciando situações que causam a culpa
no final, para criar justificativas eternas, não ajudam no aprendizado, e de
fato não nos confrontam com o real motivo da repetição.
As perguntas
investigativas são de extrema importância no processo de eliminação de atos
repetitivos e, consequentes, punições imaginárias, através de culpas impostas.
Ou seja, indagar-se faz total diferença nesta busca pelo encerramento de
ciclos.
Experimente
perguntas do tipo: Por que errei? Por que sempre estou agindo desta forma? Por
que repito sempre os mesmos tipos de relações? Sempre o mesmo perfil de
pessoas? O que me faz me perder? Ou porque perco o controle da situação, se eu
já cometi o mesmo erro antes?
De forma paciente,
a curto ou a longo prazo, essa investigação tende a trazer a correção,
encerrando o ciclo, e confrontando o seu “eu” para que não caiba mais dentro do
papel de vítima.
Se culpar pelos
erros e repetições apenas, não é uma ação produtiva. É preciso aprender a não
sofrer e não se punir sem tomar atitudes que, de fato modifiquem esse processo.
É preciso
revisitar a situação que gera o desconforto e investigar suas reais motivações.
A transformação
interna e pessoal requer atitude. Requer um desejo de mudança. Não se
justificar através da culpa e assumir os riscos de uma correção, é a maneira
mais sensata para evitar com que essa roda continue a girar como em outras
situações anteriores.
Enfim, o correto é
se auto responsabilizar, investigando seu inconsciente. Questionando e buscando
respostas verdadeiras sobre quais motivações aplicadas, até se conseguir
perceber a razão de ser dos sentimentos, emoções e comportamentos.
Pare de se
lamentar. A chave do sucesso desta ruptura é o autoconhecimento. Só através
dele, permite-se que, a aplicação correta da inteligência emocional seja capaz
de enfraquecer suas resistências e limitações para dar lugar às transformações
positivas no alcance de um equilíbrio emocional.
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