O uso da tecnologia tem se tornado fundamental e eficiente em diversas áreas, e na saúde não poderia ser diferente. A utilização de medicamentos mais tecnológicos e procedimentos avançados são grandes aliados no combate às doenças complexas, que antes demandavam muito tempo para ser descobertas e devidamente tratadas.
Entretanto, a incorporação da tecnologia no setor de saúde, o armazenamento em Big Data e os produtos de Machine Learning possibilitaram a inovação de dispositivos e soluções na medicina. A partir desse momento, surgiram também novas opções de diagnósticos mais eficientes e rápidos com o auxílio da Internet das Coisas (comunicação entre os equipamentos de assistência à saúde).
Neste sentido, podemos dizer que, até há pouco tempo, vivenciávamos a Saúde 4.0, cujo objetivo foi a incorporação da tecnologia nos processos. Dentro desta era, ficou evidente o avanço das tecnologias para fornecer diagnósticos mais precisos e cirurgias com processos menos invasivos, entre outras inovações nos tratamentos. Agora já conseguimos perceber nossa evolução para a Saúde 5.0, que traz benefícios como segurança, qualidade e agilidade, que formam a base para o entendimento e adoção desse conceito.
A Saúde 5.0 representa muito mais do que a inteligência artificial associada a procedimentos realizados pelos profissionais da área, pois oferece aos pacientes uma nova realidade, que possibilita maior atenção e cuidados com a saúde, modalidade que se estende também aos equipamentos utilizados, como é o caso de dispositivos que permitem a realização de exames de forma remota.
Com a adoção do novo conceito, também há a necessidade de criação de plataformas confiáveis, que otimizem o serviço dos profissionais de saúde com recursos que possibilitem disponibilizar e armazenar informações do paciente em qualquer momento em um sistema responsivo, que se adeque aos diversos aparelhos eletrônicos e sistemas, que são acessados apenas pelos profissionais de saúde e pelo próprio paciente. No entanto, não podemos deixar de enfatizar também a necessidade da adoção de um olhar mais estratégico e desafiador, quando o assunto é automação e inovação na saúde.
Quando falamos de tecnologia atrelada ao uso de dados de pacientes, também é fundamental pensar em como utilizar esses dados, principalmente com relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que, mais do que antes, exige transparência e cuidados com as informações que são disponibilizadas pelos pacientes. Seguir normas e diretrizes é o primeiro passo para o início de um relacionamento claro e seguro com quem fornece os dados.
Por fim, não podemos negar que a pandemia foi um dos
principais fatores que aceleraram o surgimento da Saúde 5.0. A partir da
necessidade de implementar e buscar novas alternativas para atendimento ao
cliente, foi possível a verificação da carência de recursos que preenchessem as
lacunas ainda não cobertas pelas tecnologias já existentes. Podemos dizer que a
chegada do novo conceito veio para transformar a forma de fazer medicina e
cuidar da saúde, mostrando o quanto devemos estar preparados e resilientes a situações
adversas. Ainda existem pontos a ser melhorados, afinal, toda nova tecnologia
requer adaptações, assim como nós profissionais de saúde, que devemos
acompanhar essa evolução para proporcionar melhores experiências aos pacientes,
sempre com foco na agilidade e na perfeição.
Dra. Anna Clara Rabha - diretora médica da Tuinda Care,
startup de saúde que tem como objetivo promover acesso médico à população,
através de dispositivos e soluções tecnológicas que agreguem valor à
telemedicina. Ela é pediatra, alergista e imunologista e mestre em Ciências
aplicadas à Pediatria pela Unifesp.
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