Um dia sem fumar
para valorizar a vida. Depois, aproveite o embalo para parar de fumar de vez
O tema de 2023 da campanha do Dia Mundial Sem
Tabaco (World
No Tobacco Day - WNTD) é “Precisamos de comida, não de tabaco”. A data é
lembrada desde 1987, quando foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
com intuito de alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao
fumo. A cada ano cerca de 3,5 milhões de hectares de terra são destinados ao
cultivo de tabaco, que também contribui para o desmatamento de 200.000 hectares
por ano.
Não é apenas o câncer de pulmão que pode ser
causado pelo fumo. “O cigarro comum, assim como os eletrônicos
(dispositivo eletrônico para fumar – DEF, conhecidos também como vapes),
narguilés, charutos e cachimbos contêm substâncias que estão ligadas
diretamente a diversos tipos de câncer. Também estão associados ao surgimento
ou agravamento de doenças respiratórias, como o enfisema e a bronquite crônica,
e de doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio”, diz a Dra. Bruna
Zaidan, diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Patologia
(SBP).
De acordo com a OMS, o tabagismo é a principal
causa de morte evitável no mundo e mata oito milhões de pessoas a cada ano, das
quais um milhão são vítimas de fumo passivo. E ao contrário do que algumas
pessoas imaginam, o uso do cigarro eletrônico é sim prejudicial à saúde. Tanto
que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização e
importação para o Brasil, desde 2009, de qualquer dispositivo eletrônico para
fumar, contendo ou não nicotina e tabaco, de acordo com a RDC
46/2009.
“Infelizmente, na prática vemos muitos jovens
utilizando esses vapes, por isso temos que unir esforços para discutir
abertamente sobre tabagismo e conscientizá-los de que apesar da vasta gama de
essências aromatizadas, esses cigarros eletrônicos contêm altas doses de
nicotina, que é viciante, além de substâncias potencialmente carcinogênicas”,
acrescenta a Dra. Bruna Zaidan.
A variedade de aromas oferecidos pelos cigarros
eletrônicos é um chamariz para atrair a juventude, alerta a OMS. E um dos
agravantes é que na adolescência o sistema nervoso está em desenvolvimento.
A cantora Rita Lee, que faleceu este mês, disse em
uma entrevista ao jornal em 2021, que a vida cobraria um pedágio por ser
fumante. “Era um sopro atrás do outro: pare de fumar”.
São 4.700 substâncias tóxicas existentes no cigarro
e a nicotina leva à dependência, pois alcança o sistema nervoso central em
apenas 10 segundos.
Parar de fumar é
compensatório
O esforço para abandonar o cigarro vale a pena! A
qualidade de vida melhora muito. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer
(INCA), ao cessar o fumo, após 2 horas, não há mais nicotina circulando no
sangue; em 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor; em dois dias, o
olfato percebe melhor os cheiros e melhora o paladar; decorrido um ano, o risco
de morte por infarto do miocárdio se reduz à metade; e após 10 anos, o risco de
sofrer infarto será igual ao dos que nunca fumaram.
Entre os malefícios do consumo prolongado do tabaco
estão os problemas de saúde bucal e doenças respiratórias, pois a fumaça atinge
a faringe, laringe, traqueia, brônquios até chegar ao pulmão, o órgão mais
afetado pelo fumo. O uso prolongado do tabaco pode causar enfisema pulmonar,
bronquite, câncer de pulmão, para citar as doenças mais comuns.
Para quem deseja parar de fumar, o SUS oferece
tratamento gratuito com sessões de psicoterapia, que pode combinar a prescrição
de medicamentos para lidar com as crises de abstinência por meio do Programa
de Controle do Tabagismo em todo Brasil.
Sociedade
Brasileira de Patologia (SBP)
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