Médicos da rede AmorSaúde esclarecem como fazer para evitar ser acometido por problemas de saúde relacionados a doenças respiratórias comuns no outono e no inverno
Com a chegada das estações mais frias e secas do ano, o outono e o inverno, é comum acompanharmos um aumento na incidência de problemas de saúde relacionados a doenças respiratórias, como a asma e a bronquite. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) esse aumento afeta mais de 45% da população brasileira, que é acometida cronicamente por casos de rinite alérgica e asma, e pode causar anualmente o óbito de cerca de 2,5 mil brasileiros.
Profissional de Otorrinolaringologia da rede AmorSaúde, o Dr. Vinícius Notario Ligero aponta que este aumento de casos problemas de saúde relacionados a doenças respiratórias ocorre porque, ao longo das estações mais frias, o tempo também fica mais seco, gerando o ressecamento das vias aéreas respiratórias e tornando o organismo humano mais vulnerável a microrganismos invasores, além de provocar melhores condições ambientais para sobrevida de vírus.
“Os resultados do estudo publicado pelo The Journal of Allergy and Clinical Immunology, feito por cientistas norte-americanos, apontam que o frio danifica a resposta imune que ocorre no nariz. Isso porque, reduzir a temperatura dentro do órgão em até 5°C, mata quase metade dos bilhões de células de combate a vírus e bactérias nas narinas”, complementa o profissional de Otorrinolaringologia.
Conforme ressalta o Dr. Ligero, atualmente, a soma do
frio e da seca é responsável por causar e agravar quadros das seis
respiratórias doenças mais comuns do Brasil, são elas:
1. Asma
A asma é uma doença crônica que atinge todas as faixas
etárias, embora tenha maior acometimento em crianças. Quando alguém tem uma
crise asmática, essa pessoa passa por uma inflamação dos brônquios, estruturas
por onde passa o ar no pulmão. As secreções geradas pela inflamação impedem a
passagem de ar de forma adequada, prejudicando o fluxo. A presença dos agentes
inflamatórios aumenta, ainda, a tosse do paciente, além de provocar o
característico chiado no peito. A doença, em si, não tem cura, mas é de suma
importância a detecção dos fatores que desencadeiam a crise, para que, assim,
eles possam ser evitados.
2. Bronquite crônica
A bronquite é uma inflamação dos brônquios, os quais
ficam preenchidos por secreções e causam sintomas muito parecidos com a asma.
No entanto, existe um fator que diferencia as duas doenças: o tempo de
manifestação. A asma está muito associada às crises, ou seja, condições agudas
que vêm e passam. Por outro lado, a bronquite se manifesta por um período mais
prolongado: de três meses a dois anos consecutivos.A bronquite crônica está
entre as doenças relacionadas ao tabagismo e é mais frequente em casos de
indivíduos que já fumam há mais de 30 anos.
3. Pneumonia
A pneumonia é uma doença infecciosa, provocada por vírus,
bactérias, fungos ou reações alérgicas. Embora não seja uma inflamação, a
presença de secreções nos brônquios facilita a contaminação diante do agente
infeccioso. Os sintomas da doença são: tosse produtiva, febre alta, dor
torácica, alterações na pressão e mal-estar associado à prostração. O
tratamento da condição deve ser prescrito por um profissional da saúde, visto
que, geralmente, requer o uso de antibióticos. Além disso, deve ser avaliada a
necessidade de internação e, caso seja, deve ser providenciada rapidamente.
4. Rinite alérgica
Quando se pensa nas vias aéreas superiores,
principalmente na região nasal, devemos considerar que elas representam uma
porta de entrada para agentes invasores. O organismo humano comumente apresenta
mecanismos de defesa contra tais agentes, mas pessoas com rinite alérgica são
mais sensíveis a eles e apresentam manifestações mais intensas, como obstrução
nasal, espirros, coriza, dentre outros. Diante do clima seco, partículas de
poeira dispersas no ar, agentes infecciosos e substâncias como o pólen, todos
os sintomas são intensificados. O tratamento busca, então, combater a
hipersensibilidade desencadeada. Para casos mais graves, são utilizados medicamentos
e vacinas antialérgicas.
5. Sinusite
Frequentemente associada à rinite, a sinusite é a
inflamação dos seios paranasais. Os seios da face são cavidades ósseas que se
localizam nos arredores do nariz, que atuam diminuindo o peso do crânio. A
mucosa está repleta de glândulas produtoras de muco, o qual retém partículas
estranhas e as elimina após condução feita por cílios. Caso a drenagem do muco
não seja feita, ele se mantém no local repleto de microrganismos prontos para
desencadear uma infecção. A dor provocada pelo processo é um dos sintomas mais
comuns da sinusite, principalmente, aquela localizada na região frontal entre
os olhos. Com os produtos decorrentes da infecção, pode haver a obstrução das
vias respiratórias por secreções esverdeadas, amareladas e, até mesmo,
sanguinolentas — e tudo isso dificulta a respiração.
6. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
Dentre as doenças mencionadas, a DPOC representa aquela
menos relacionada com a estação do ano, mas é uma das condições pulmonares mais
sérias e merece destaque. Na verdade, quando falamos de uma obstrução pulmonar
crônica, estamos nos referindo a duas patologias: enfisema e bronquite. Em
condições normais, uma pessoa elimina o ar repleto de gás carbônico após terem
sido feitas as trocas gasosas. No caso do enfisema, o ar não consegue ser
expelido e requer grande esforço respiratório do paciente. Assim como a
bronquite, a DPOC está intimamente relacionada com o tabagismo.
Para evitar problemas relacionados a essas doenças
respiratórias, a Dra. Katia Simone Queiroz Silva, profissional de
Otorrinolaringologia da rede AmorSaúde, destaca a importância da prevenção por
meio da higiene nasal e ambiental. “Para amenizar os casos crônicos, a higiene
nasal diária com o uso de soro fisiológico é recomendada. Além disso, é importante
que os pacientes estejam sempre com as vacinas antigripais em dia”, pontua a
Dra. Silva. Sobre a higiene ambiental, o Dr. Vinícius Notario Ligero
complementa ainda que é necessário tentar ventilar os ambientes o quanto for
possível e adotar outras medidas como evitar se expor ao frio intenso sem estar
agasalhado, transformar lavagem nasal em hábito e fazer o acompanhamento
frequente com profissionais, para não ficar sem exposto a agentes patogênicos
sem a medicação necessária.
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