O período de pandemia e isolamento social mudou a forma de trabalhar dos brasileiros, além de abrir novas oportunidades e perspectivas de trabalho. Para se ter ideia, uma pesquisa da FIA Employee Experience (FEEx), com dados colhidos no segundo semestre de 2020 a partir de questionários respondidos por 213 empresas em todo o território nacional, aponta que 90% das empresas aderiram a alguma modalidade de home office. Além disso, somente 43% das empresas ofereciam alguma opção de trabalho à distância antes da pandemia.
As pessoas também começaram a buscar novas formas de negócios para se reinventar profissionalmente em meio a tantas mudanças causadas pela pandemia. De acordo com o Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, no fim do terceiro quadrimestre de 2020 existiam 11 milhões MEIs ativos no Brasil. Em março deste ano, eles já respondiam por 56,7% do total de negócios em funcionamento no país.
A pandemia mudou a
vida e os negócios como os conhecemos, e deixou ainda mais claro que para quem
quer seguir adiante e se dar bem na carreira, é importante entender a melhor
forma de criar conexões com as pessoas.
Os líderes das empresas estão começando a perceber que a implementação eficaz da tecnologia é absolutamente crítica agora. A implementação e o aumento do home office é apenas uma das inúmeras provas de que não há como sobreviver, em tempos pós pandêmicos, sem estar conectado com a cultura do trabalho digital.
É importante entender que o gênio saiu da garrafa e é provável que muitas pessoas adotem uma abordagem híbrida para suas redes de trabalho, mesmo após a pandemia. À medida que isso acontecer, nós veremos mais networking de negócios ocorrendo por meio de algum tipo de formato de realidade mista, que irá globalizar o mercado.
Entretanto, por mais que o virtual possa funcionar, ainda acredito que algumas coisas têm um melhor resultado presencialmente. Quando falamos de networking, as reuniões cara a cara são mais adequadas e não vão desaparecer completamente. Isso porque, quando trabalhamos com networking, estamos falando sobre como cultivar e colher relacionamentos com as pessoas. É sobre se relacionar, não fazer negócios.
Para quem deseja fazer um networking que dê resultados, listo algumas dicas:
Não vá
direto para o modo de vendas: as
pessoas tentam pular a visibilidade e a credibilidade para chegar ao momento da
lucratividade com mais rapidez. Isso acontece o tempo todo, principalmente nas
redes sociais. As pessoas se conectam e no dia seguinte estão vendendo seus
produtos e serviços.
A realidade é que isso são vendas, não networking. É preciso ter uma conexão verdadeira ou ajudar alguém antes de pedir algo. As pessoas costumam dizer que perguntar nunca é demais, mas estão erradas. Pode doer e as coisas podem dar errado se você perguntar muito cedo.
Leve
em consideração o “efeito borboleta”: quando
falamos em efeito borboleta, é algo simples e fácil de se entender. Você não
sabe quem as pessoas conhecem, então apenas entre em contato com alguém para
construir um relacionamento. É preciso ter um ponto de partida para conhecer as
pessoas.
Conhecendo alguém em uma reunião ou evento, ela pode te indicar para outras pessoas e, dessa forma, você vai construir relacionamentos sem saber onde esse efeito borboleta pode te levar, mas mudando a vida dos seus negócios.
Fale
com as pessoas: quando se trata de networking, é
importante falar com as pessoas e pensar em maneiras criativas de construir o
seu negócio. Dedique tempo aos relacionamentos que você já tem. Estenda a mão e
pergunte se elas estão bem, se há algo que você pode fazer para ajudá-las.
A correria do dia a dia nos faz pensar que nunca há tempo para fazer networkings, mas na realidade sempre há. Não é tarde demais para começar a construir sua rede agora, uma pessoa de cada vez.
Lei
da Reciprocidade: é importante ter a
visão de que a confiança colaborativa é a moeda mais valiosa nos negócios, nos
relacionamentos e na vida. O marketing de referência e indicações nunca foram
tão importantes quanto nos dias de hoje, em que as empresas precisam conquistar
novos clientes, presencial ou remotamente, para não colocar em risco a sua
operação.
Os empreendedores precisam aprender os benefícios da filosofia “Givers Gain”, ou seja, “se eu lhe ajudar indicando negócios, você vai se interessar em me ajudar também”. É a Lei da Reciprocidade em ação no mundo dos negócios.
Mara Leme Martins - PhD e VP BNI Brasil - Business Network International, a maior e mais bem-sucedida organização de networking de negócios do mundo.
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