Por segmento, a maior queda foi registrada entre os varejistas de roupas, acessórios e calçados
Os comerciantes brasileiros ficaram menos otimistas em maio, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 1,5% em relação a abril, já descontados os efeitos sazonais, para o patamar de 108,4 pontos.
Embora o indicador permaneça na
zona de otimismo, acima dos 100 pontos, houve redução de 9,8% em relação ao
patamar registrado um ano antes, em maio de 2022. Segundo a pesquisa, 58% dos
comerciantes apontaram em maio que as vendas pioraram, porcentual mais alto dos
últimos dois anos.
Apesar de os consumidores
indicarem maior intenção de compra, "o endividamento e a inadimplência
elevados e o crédito caro e seleto limitam a capacidade de consumo",
justificou a CNC, em nota.
Na passagem de abril para maio,
todos os componentes do Icec tiveram redução. A percepção sobre as condições
atuais recuou 3,5%, para 85,1 pontos, com perdas nas avaliações sobre a
economia (-6,0%), o setor (-4,0%) e a empresa (-1,3%).
O subíndice de expectativas
encolheu 0,9%, para 139,7 pontos, com reduções nos itens economia (-0,4%),
setor (-1,5%) e empresas (-0,6%).
Quanto ao componente de
investimentos, houve queda de 0,5% em maio ante abril, para 100,5 pontos, com
reduções nos itens contratação de funcionários (-0,2%), empresa (-1,0%) e
estoques (-0,2%).
A manutenção dos juros altos
tem afetado o otimismo dos comerciantes, explicou a economista Izis Ferreira,
responsável pela pesquisa da CNC. "Mesmo que o consumidor de rendas média
e baixa esteja mais disposto a consumir e com as datas comemorativas dos
próximos meses estimulando as vendas, o otimismo é menor entre os empresários
de todos os segmentos. A cada dez comerciantes, três consideram que as vendas
do setor devem piorar nos próximos meses", avaliou Izis, em nota oficial.
Entre os segmentos pesquisados,
a confiança dos varejistas de roupas, acessórios e calçados teve a maior
redução no mês, -1,8%, sob impacto de uma alta de preços no setor e queda nas
vendas.
Já o varejo de produtos
duráveis teve a maior perda nas expectativas, -2,1%, afetado pelo cenário de
endividamento e inadimplência, além do crédito caro, apontou Izis Ferreira.
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