Pesquisa indica
que 300 milhões de empregos devem ser impactados até 2023; neste panorama, como
os profissionais de hoje devem agir para se manterem essenciais?
A automação e o uso da inteligência artificial está
cada vez mais difundida e pode impactar até 300 milhões de empregos no mundo
nos próximos anos, é o que indica a projeção da Goldman Sachs. O relatório,
divulgado em abril deste ano, mostra também que 18% do trabalho realizado em
todo o mundo poderá ser informatizado, com maior impacto em economias avançadas
e em trabalhos intelectuais como os administrativos e de advocacia.
Para o consultor de carreira da ESIC Internacional,
Alexandre Weiler, a inteligência artificial já vem mostrando que veio para
ficar e para mudar radicalmente a maneira como vemos o trabalho hoje. “A grande
pergunta que fica no ar é: como os profissionais de hoje irão se manter
essenciais dentro das corporações e em seus escopos de trabalho? Se antes a
gente achava que a automação iria apenas substituir trabalhos repetitivos,
hoje, com o ChatGPT, vemos que vários trabalhos antes ligados à produção
intelectual e de criação também foram brutalmente impactados”, conta.
Ainda segundo a pesquisa da Goldman Sachs, a perda
de empregos nos moldes de hoje é inevitável, porém, historicamente, isso não é
novidade, já que inúmeras vezes a humanidade foi impactada pelos avanços
tecnológicos que, a longo prazo, criaram oportunidades e crescimento de
empregos. “Podemos projetar uma mudança nos locais de trabalho e na forma de
trabalhar, mas a verdade é que a AI tem forte potencial de aumentar a
produtividade no ambiente de trabalho, uma vez que cria novas oportunidades e,
na maior parte das situações pode ser vista mais como uma auxiliar do que uma
substituta direta. Neste contexto, os profissionais que souberem fazer uso da
tecnologia terão mais tempo para se dedicar a tarefas estratégicas e que
envolvam inovação e/ou resolução de problemas inusitados”, conta o consultor.
O profissional do futuro
Um estudo da McKinsey sobre automação do trabalho,
apontou que até 2030 cerca de 6 em cada 10 ocupações atuais poderão ser
automatizadas, causando transformação significativa nos postos de trabalho.
Porém, o mesmo estudo indica que cerca de 9% da força de trabalho terá novas
ocupações. “O mercado de trabalho vem mostrando a necessidade de termos mão de
obra especializada em programação e desenvolvimento, porém quando olhamos para
o consumo de bens e serviços notamos a necessidade das pessoas em ter trocas
humanas e que envolvam a emoção. Não à toa a busca por profissionais de
marketing, psicologia e vendas, os chamados ‘front office’ também é cada vez
maior”, conta Weiler
Além disso, estudos indicam que no futuro deve
haver uma separação mais clara entre trabalho de máquina e trabalho de pessoas,
o que tornará o processo de produção mais complexo, porém mais coerente, onde
os humanos poderão dedicar tempo a melhorar as experiências, os relacionamentos,
a geração de emoções e a fidelização de clientes, pontos que não podem ser
substitutos por uma máquina. “É possível que no futuro as máquinas estejam 100%
focadas em oferecer agilidade às tarefas do nosso dia a dia, otimizando tempo,
facilitando processos, melhorando a gestão, coletando dados e fornecendo
indicadores que ajudam nas tomadas de decisões. O ponto forte está na
possibilidade da união da eficiência e do dinamismo da automação com as skills
de pensamento cognitivo e senso crítico dos humanos. Existe a oportunidade real
de criar uma harmonia maior na forma de produzir e trabalhar. Resta a pergunta:
iremos aproveitar estas oportunidades?”, finaliza o consultor.
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