Indústria 6.0: é
hora de se concentrar nos seres humanos
Se falássemos 10 anos atrás que estaríamos
vivenciando os avanços tecnológicos dessa forma, você acreditaria? Parecia distante
a ideia de termos nas mãos um aparelho que nos dá rápido acesso à informação,
ou até mesmo imaginar que a conectividade faria parte do dia a dia das
organizações, fortalecendo ainda mais a transformação digital. Atualmente,
vislumbramos com espanto os impactos da Indústria 4.0, almejamos atingir a 5.0,
mas já podemos, desde já, nos preparar para a Indústria 6.0.
Antes de tudo, precisamos traçar a linha do tempo
da evolução da indústria, partindo dos primórdios do século XVIII com a
primeira Revolução Industrial, em que foi criada a mecanização e máquinas a
vapor. Posteriormente, na fase 2.0, iniciou a era da produção em massa, linhas
de montagem e eletricidade. No século XX, marcando a fase 3.0, chegou a
automação, internet, robótica e os computadores.
Todos esses avanços fizeram com que a Indústria 4.0
viesse com força total e abrisse margem para facilitar o acesso a diversas
tecnologias, possibilitando a combinação de sistemas, Internet das Coisas (IoT)
e Inteligência Artificial (IA), marcando a chamada era da digitalização.
Contudo, durante essas transições, não podemos deixar de lado o papel da força
humana como verdadeiro agente para que hoje pudéssemos presenciar essa nova
realidade.
Diante disso, as Indústrias 5.0 e 6.0 são
caracterizadas pela integração entre humanos e máquinas, conciliando essa união
de forma amigável e ampla, valorizando ainda mais a presença e atuação humana
com verdadeiros guias em todos os processos. E, justamente, esse será o desafio
a ser enfrentado por líderes e gestores, que precisarão cada vez mais se
atentar aos primórdios de gestão, uma vez que, ao lidar com as pessoas, é
essencial dar a devida atenção as suas necessidades, características e anseios.
Afinal, mais do que deter de diversos recursos e
ferramentas tecnológicas, é fundamental ter alinhado formas de utilizá-los de
forma estratégica e eficiente. Ou seja, de nada adianta que uma organização
seja altamente tecnológica, sem que haja o elemento humano para colocar na
prática tais ações, bem como monitorar e programar os dispositivos para que
atuem de acordo com o objetivo da companhia.
Passado todo o entusiasmo da chegada das novas
tecnologias que promoveram maior agilidade nas fábricas, a Indústria 6.0 nos
chama a atenção para a valorização e aplicação de uma gestão assertiva e ética,
colocando as pessoas no centro. Para que chegássemos a essa fase, o pilar da
gestão foi o elemento essencial que garantiu as evoluções das fases anteriores
descritas – isso porque, sem processo e alinhamento, é impossível poder resultados
promissores.
Embora diversas organizações tenham conhecimento
dessa importância, muitas ainda são inibidas pela falta de conhecimento e
investimento em ferramentas que possibilitem essa transição. O ERP, como
exemplo, trata-se de um software de gestão preparado para acomodar essas
tecnologias e torná-las acessíveis para as pessoas, de forma que consigam
utilizar e identificar o melhor caminho a ser seguido em prol de obter o melhor
resultado.
Tendo em vista que essa não é uma tarefa simples,
não podemos destacar também o diferencial de contar com uma consultoria
experiente nesse processo, cujo papel é agregar ainda mais conhecimento e
melhorias nos processos, uma vez que está inserida nessa realidade e possui
maior experiência em identificar onde estão os gargalos na companhia que
impedem o seu avanço.
Pode parecer futurístico falarmos da Indústria 6.0
enquanto o nosso país ainda engatinha para aprender a lidar com os rumos da
4.0. Afinal, de acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI),
menos de 2% das empresas nacionais estão prontas para a quarta revolução.
Mas, uma coisa é certa, a brevidade e aceleração da
transformação digital nos coloca em um cenário que nações vivenciem as
diferentes fases da evolução da indústria simultaneamente. E o que isso nos
favorece? No ganho de tempo para nos prepararmos e utilizarmos os demais como
exemplos para garantirmos maior assertividade.
É certo que jamais podemos deixar de lado ou
valorizar a ajuda que a tecnologia agrega diariamente nas organizações,
possibilitando maior agilidade, emissão de dados, relatórios mais rápidos,
entre outros benefícios. Todavia, esses benefícios deram maior margem para que
os colaboradores tivessem tempo de ser criativos e explorarem ainda mais as
suas qualificações.
Por isso, os gestores precisam, o quanto antes, se
atentar e conciliar de maneira efetiva os anseios e necessidades da equipe, em
prol de unir, de forma assertiva, os aspectos tecnológicos em favor da maior
eficiência e valorização profissional. Certamente, estamos trilhando um caminho
interessante de se ver a partir dessa integração, mas o que irá garantir um
futuro promissor é iniciar, desde já, ações eficazes que garantam o resultado
esperado até a chegada da Indústria 6.0.
Lidinei Selucio - head comercial global na Intragroup, consultoria SAP Gold Partner.
Intragroup
https://intragroup.com.br/
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