Para especialista acessibilidade ainda é desafio
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Números
da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que, atualmente, o planeta
abriga uma população de 1 bilhão de pessoas com algum tipo de deficiência
física ou intelectual, e 80% delas vivem em países em desenvolvimento, como o
Brasil. Por aqui, o dado mais recente sobre pessoas com deficiência (PcD) é de
2019, quando a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Ministério da Saúde,
apontou 17,3 milhões de brasileiros acima de 2 anos de idade com algum tipo de
problema físico ou mental permanente. O contingente representava 8,4% da
população brasileira. Um dado interessante é que quase metade das pessoas que
convive com alguma deficiência no Brasil (49%) é de pessoas com 60 anos ou
mais.
Instituído pela própria ONU em 1992, o Dia Internacional das Pessoas com
Deficiência, celebrado no próximo 3 de dezembro, foi criado para que os
governos e a sociedade civil promovam a conscientização e ações que assegurem
uma melhor qualidade de vida a todos os deficientes ao redor do planeta. Mas,
de acordo com o arquiteto e urbanista Paulo
Renato Alves, apesar de um contínuo debate, a questão da acessibilidade
continua sendo um desafio para as cidades brasileiras.
Para o especialista, é importante que as gestões públicas, especialmente no
âmbito municipal, tenham uma visão mais ampla sobre o assunto. “Acessibilidade
é para todos, em algum momento da vida você irá precisar: desde quando você é
criança e está no carrinho de bebé, ou às vezes quando você se acidenta
temporariamente e tem sua mobilidade reduzida, ou a mulher quando está grávida,
as pessoas obesas, ou quando envelhece. Ou seja, em algum momento da vida você
precisará de acessibilidade”, afirma.
Para o especialista, é importante que as gestões públicas, especialmente no
âmbito municipal, tenham uma visão mais ampla sobre o assunto. “Acessibilidade
é para todos, em algum momento da vida você irá precisar: desde quando você é
criança e está no carrinho de bebê, ou às vezes quando você se acidenta
temporariamente e tem sua mobilidade reduzida, ou a mulher quando está grávida,
as pessoas obesas, ou quando envelhece. Ou seja, em algum momento da vida você
precisará de acessibilidade”, afirma.
Acessibilidade plena
O especialista afirma que as cidades brasileiras, em sua grande maioria,
não possuem legislações próprias que garantam a acessibilidade com segurança,
não só em locais públicos, mas também em áreas privadas. “O que se tem hoje e
que é seguido nos projetos arquitetônicos, é a NBR 9050, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que traz todas as diretrizes técnicas
necessárias para atender às pessoas com deficiência. E é somente essa norma que
é cobrada pela fiscalização de quase todas as prefeituras. Mas, apesar dessa
cobrança, muitas construções simples em cidades do interior ou em bairros
periféricos, em sua grande maioria, não contam com a orientação técnica de um
arquiteto, não adotam essas normas de acessibilidade”, alerta.
Para a também arquiteta e urbanista Sarah Jorge, a acessibilidade plena, seja
em ambientes públicos ou privados, é uma questão primordial, dentre outras,
para a garantia da cidadania de qualquer pessoa. Porém, ela lamenta que, muitas
vezes, quando as autoridades públicas ou mesmo entes privados planejam seus
espaços, esquecem da diversidade da população, e pensam ambientes que não
incluem aqueles que têm alguma limitação física. “Uma boa política urbanística
e um projeto de cidade com ampla acessibilidade é a tradução da cidadania.
Então, é preciso criar espaços que sejam adaptados a pessoas de todo o tipo,
sejam crianças, idosos, mulheres grávidas e pessoas com deficiência e que essas
pessoas possam usufruir desses espaços de forma confortável e segura”, pontua a
especialista.
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