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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Ginecologista explica o que é vaginismo e destaca os tratamentos disponíveis

Condição pode ser desencadeada por muitos fatores, como abuso sexual, questões culturais, infecções, atrofias, endometriose profunda, mal formações, entre outras 


Estima-se que a dor na hora da relação sexual afeta de 5% a 17% da população feminina. O incômodo tem nome e é causado muitas vezes por medo e por estresse excessivo: chama-se vaginismo. “A mulher que tem o problema se sente totalmente incapacitada para o sexo, já que seus músculos vaginais se contraem involuntariamente e a penetração se torna inviável por causa da dor”, explica Dra. Eveline Catão, ginecologista, obstetra e associada da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil).

Segundo a médica, muitos fatores podem desencadear o vaginismo. Entre ele, experiências negativas com relação a sexo, abuso sexual, falta de conhecimento sobre o próprio corpo, questões culturais, educação muito opressora, infecções, atrofias, endometriose profunda, mal formações, entre outras.

Dra. Eveline lembra que muitas vezes o vaginismo é visto como “frescura”, ou como frigidez, o que não é verdade. “A condição existe e exige tratamento. Não é interessante deixar para depois, afinal, sem isso a vida sexual nunca será plena”, afirma ela.

A especialista ressalta que somente um ginecologista não consegue ajudar a mulher, já que na maioria dos casos, o vaginismo tem causas psicológicas. “Para entender o que vem causando a dor durante a relação, a mulher necessita recorrer à psicoterapia, além de outros recursos”, informa ela.

Um dos tratamentos para sanar o problema é a fisioterapia pélvica, que atua na reabilitação das disfunções do assoalho pélvico (conjunto de músculos e ligamentos que sustentam órgãos como bexiga, útero, intestino e tudo que fica na região baixa do abdômen). “Esse tratamento pode ajudar a reduzir essas dores, sejam elas fracas ou intensas, contribuindo para o fortalecimento da musculatura da região".

Outra alternativa é o botox íntimo, que promove um bloqueio na junção neuromuscular. Dessa forma, o estímulo dos neurônios não gera a contração do músculo. “A substância causa o relaxamento dos músculos e facilita a penetração em casos de vaginismo”, explica a ginecologista. Segundo ela, o objetivo é impedir que o impulso nervoso chegue ao músculo da vagina, evitando a sua contração. “Para isso, são feitas aplicações de botox na mucosa externa e nos músculos de entrada da vagina, que sofrerão uma leve paralisação, já que o produto é conhecido por inibir a atividade muscular”, esclarece ela.

Dra. Eveline recomenda também que sejam utilizados hidratantes íntimos, para garantir mais conforto ao ato sexual. “Esse é um recurso simples e que vale a pena ser aplicado”, finaliza ela.


AMCR -Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil

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