Segundo o levantamento da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, a solidão é o principal receio dos brasileiros na terceira idade. A especialista em longevidade ativa e qualidade de vida, diz que nesse período de festas de fim de ano é preciso incluir o idoso para que ele se sinta pertencente.
Muitas famílias mantêm a tradição de comemorar as festas de fim de ano,
sendo assim, um período de correria, pois precisam organizar as ceias de Natal
e Ano Novo, realizar compras de presentes, participar de diversos eventos e,
muitas vezes, planejar viagens de férias. Ou seja, essa situação ainda pode causar
muito estresse para pessoas que fazem parte da geração sanduíche, que precisam
se dividir entre os cuidados com a carreira profissional, filhos e pais idosos.
Isso acontece porque muitas decisões precisam ser tomadas para que os eventos
corram bem.
Em contrapartida, essa época costuma trazer momentos de reflexão e,
muitas vezes, de solidão para os mais velhos, visto que, alguns idosos acabam
se sentindo "de fora” dos planejamentos e, outros, que necessitam de algum
cuidado especial, podem chegar a pensar que são um fardo para os filhos e
parentes, gerando, assim, uma sensação de culpa e ansiedade.
De acordo com levantamento realizado em 2019 pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), o medo da solidão é um dos principais
gatilhos para ansiedade dos idosos. A maior prevalência de condições como a
depressão está nas mulheres – 14,7% contra 5,1% dos homens e na faixa etária de
60 a 64 anos, que representa um percentual de 13,2%. Além disso, a Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia apontou que a solidão é o principal
receio dos brasileiros na terceira idade, ultrapassando, inclusive, o medo da
morte.
Márcia Sena, especialista em longevidade ativa e qualidade de vida e
fundadora e CEO da Senior Concierge, empresa que pratica um modelo de atenção
integrada para dar suporte a pessoas com mais de 60 anos, diz que nessa época
do ano muitos idosos acabam tendo sintomas depressivos e o sentimento de solidão
e, ainda afirma que não faz bem para a qualidade de vida do idoso. “É comum
nesta época do ano os idosos ficarem melancólicos por se lembrarem das pessoas
que já partiram e sentirem ainda mais falta dos familiares que moram longe”,
alega a especialista.
Márcia, também reforça que os familiares, amigos e a rede de suporte
social têm um papel essencial no combate à solidão, já que essas presenças
queridas fazem com que o idoso sinta um maior pertencimento ao seu meio. Nesses
casos, a frequência da solidão é consideravelmente menor, portanto os filhos
devem ficar cientes e redobrar a dose de cuidado e amor com os entes queridos
da terceira idade, principalmente nesse período do ano.
Outra questão, a especialista orienta que caso os familiares não consigam conciliar a organização da programação do fim de ano com os cuidados com os idosos, não é errado optar por um auxílio de um profissional. “O sistema de aging in place, é uma opção para os filhos que assumem integralmente as funções de cuidados com os pais idosos e não têm a quem confiá-las nesse período. Através do sistema é possível montar uma estrutura simples que proporcione segurança, permitindo o bem-estar e a autonomia desse idoso”, segundo Márcia.
“Com o suporte dos familiares e da ajuda de um profissional, dependendo
do caso, é possível promover um ambiente em que o idoso sinta-se parte de tudo
durante esse período festivo, fazendo com que as suas festas de fim de ano
sejam um momento agradável e que gere memórias felizes para todos que estarão
presentes”, finaliza Márcia Sena.
Márcia Sena - fundadora e CEO da Senior
Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade e longevidade
ativa. Farmacêutica pela USP, bioquímica, possui MBA em Administração na
Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da indústria
farmacêutica.
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