Ginecologista Nícolas Cayres esclarece dúvidas e detalha sobre a Proflilaxia Pré-Exposição
A prevalência de pessoas que vivem com o vírus HIV
no Brasil dobrou nos últimos 20 anos. Em 2002, 400 mil adultos e crianças
viviam com HIV no Brasil – atualmente, esse número chega a 960 mil. A
estimativa é do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids),
sendo a maior concentração da doença entre os jovens, de 25 a 39 anos. Os casos
nessa faixa etária correspondem a 52,4% no sexo masculino e 48,4% entre as
mulheres. Os números mostram a importância da campanha nacional “Dezembro
Vermelho”, que alerta para a prevenção, a assistência, a proteção aos direitos
humanos das pessoas portadoras de HIV.
Para o professor de Medicina do Centro
Universitário de Brasília (CEUB) e ginecologista Nícolas Cayres, o HIV no
Brasil e no mundo ainda é considerado uma epidemia. Ele explica que com o
aumento das campanhas reforçando a prevenção, a incidência da AIDS tem
diminuído. “O objetivo do Dezembro Vermelho é conscientizar a população sobre
sinais e sintomas de HIV e AIDS. A campanha também mobiliza quem está em grupos
de risco a realizar o exame. Através do diagnóstico precoce do HIV, conseguimos
evitar que a AIDS aconteça”, considera.
Se o paciente descobre que tem HIV, ele deve
procurar um infectologista imediatamente, seja no SUS (Sistema Único de Saúde)
ou em uma clínica privada para começar o esquema de tratamento retroviral. “No
Brasil, o SUS distribui gratuitamente os medicamentos para pacientes com o HIV.
A partir do HIV controlado, os casos de AIDS são muito menores e os pacientes
podem ter uma excelente qualidade de vida”, afirma o ginecologista.
O especialista alerta para o mais importante: se o
indivíduo tem uma vida sexual exposta a riscos, com o hábito de ter relações
sexuais sem preservativo, o teste de HIV é fundamental para um diagnóstico
precoce do vírus. “O uso do preservativo é indispensável no quesito prevenção
de infecções sexualmente transmissível”, frisa.
Cayres alerta as pessoas que podem vir a se expor a
situações de risco, que devem usar a medicação antirretroviral Pré-Exposição
(PreP/HIV) de modo preventivo. Nesse sentido, se ele for exposto, não vai
contrair o vírus. Tais medicações são oferecidas gratuitamente em alguns
hospitais públicos. A Profilaxia Pré-Exposição (PreP/HIV) consiste na tomada
diária de um comprimido que permite ao organismo estar preparado para enfrentar
um possível contato com o vírus. Profissionais do sexo e pessoas com o
histórico de múltiplos parceiros com o uso irregular de preservativos possuem
prioridade para iniciar o tratamento pelo SUS. “O uso de preservativos, exames
periódicos e a Profilaxia Pré-exposição são as principais medidas para o paciente se
prevenir do vírus”, alerta o professor.
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