Focada na agricultura de precisão, prática dá condições do produtor de otimizar recursos, mas é preciso melhor compreensão espacial com relação à real demanda da lavoura
A sofisticação tecnológica que existe hoje para o
campo pode proporcionar ganhos expressivos e intensivos nos quesitos de
produtividade. A agricultura de precisão é um dos exemplos de ferramentas de
inovação e envolve sensoriamento remoto e GPS, bem como análises de dados para
a aplicação de insumos em taxa variável. A prática permite ao produtor fazer
uso racional e programado do que sua lavoura realmente precisa, o que
proporciona melhor controle do seu processo produtivo.
Nem sempre, porém, o benefício foi utilizado,
conforme explica Vinicius Vitturi, engenheiro agrônomo e Especialista em
Produtos e Vendas na MP Agro. Segundo ele, as divisões de espaço para amostras
e coleta de dados eram feitas em áreas de até 20 hectares. Com áreas maiores e
números menores de amostras, o entendimento de demanda é classificado para todo
o conjunto amostral coletado. “Então, quando se faz uma avaliação em uma área
relativamente grande, a aplicação de corretivos e nutrientes compreendem em um
volume fixo, denominado de taxa fixa”, define.
O especialista pontua que o conceito de taxa fixa
pode ser melhor compreendido numa situação em que há demanda de 1 tonelada por
hectare de calcário em um talhão. Dessa forma, toda sua extensão receberá 1t/ha
de calcário, não variando em espaço. “Essa prática era e continua sendo muito
utilizada, principalmente, por aqueles que se esquivam e evitam uma maior
intensividade na conversão tecnológica do campo”, ressalta Vitturi. No entanto,
defende o agrônomo, isso pode proporcionar maior gasto de insumos e mão de
obra, visto que não há um controle detalhado da área total de acordo com a real
necessidade nutricional e corretiva, considerando as demandas da cultura em
questão.
Por outro lado, com a tecnificação intensiva do
campo, o detalhamento da amostragem tem sido o foco principal na etapa de
coleta de informações. Com maiores detalhes e números amostrais, considerando
porções menores, é possível uma melhor compreensão espacial com relação à real
demanda das culturas. “Sabemos que a heterogeneidade do espaço é muito intensa
e, com isso, pode-se proporcionar uma melhor tomada de decisão no campo quando
se é dividido e subdividido em menores partes”, ressalta o especialista em
Produtos e Vendas na MP Agro.
Benefícios da taxa variável
Na taxa variável, a variação de dosagem de
corretivos e adubos pode ser mais direcionada a pequenas frações de um mesmo
talhão/gleba, dando condições ao produtor de otimizar seus recursos,
utilizando-os de maneira mais assertiva e proporcionando maior sustentabilidade
ao negócio e para o meio ambiente.
Como exemplo, o especialista cita que em uma mesma
área é possível verificar regiões onde há uma demanda maior de aplicação
volumétrica expressiva. “Podemos ter necessidade de 120kg/ha de nitrogênio e,
em poucos metros, uma demanda menor de por exemplo 30kg/ha. Se formos
considerar a taxa variável nesse espaço, o uso racional e programado desses
insumos proporcionará ao produtor melhor controle do seu processo produtivo,
além de condicionar um menor gasto com uso de insumos, mão de obra operacional
e diesel”, completa.
MP Agro
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