O modelo de negócios baseado em franquias apresenta
um espetáculo de relacionamentos, no qual os protagonistas são a franqueadora e
os franqueados. Como coadjuvantes, temos os fornecedores e os afiliados,
enquanto o teatro pode ser representado pelos empreendimentos, tendo como
centro da trama o cliente.
Tudo gira em torno de gente. E, para a relação
evoluir e prosperar, é necessário que exista o match entre a
proposta do negócio e a expectativa do investidor, além da análise de
combinação de riscos. Parece simples, mas poucos realizam essa comunicação com
propriedade, pois vai muito além do envio de uma Circular de Oferta de
Franquias (COF).
O processo demanda autoconhecimento de cada parte e
precisa se iniciar com o compartilhamento claro dos aspectos qualitativos e
quantitativos do negócio, por meio de boas conversas. Essa é uma importante
prática, e um bom primeiro passo para um crescimento saudável.
A segunda prática está ligada à expertise
da franqueadora, aplicada à tríade comercial: seleção do franqueado; avaliação
do ponto de venda; e negociação do custo total de ocupação. Um processo
seletivo de franqueados de nada vale, se não houver clareza dos perfis que a
rede comporta. A competência dos franqueados é tão relevante quanto a da
franqueadora.
Avaliar um ponto comercial, seja uma loja, seja um
quiosque, consiste, sobretudo, em projetar a venda e prever os impactos de
imagem. Para isso, é necessário observar dezenas de indicadores, tais como:
acessibilidade, visibilidade, vizinhança, fluxo, potencial de consumo e
demografia. Cada um com seu devido peso, relacionado ao seu segmento e formato.
Com a receita estimada, restará resolver, ou
melhor, negociar o “x” da equação de viabilidade, que é o custo total de
ocupação (CTO), que deverá resultar em valor satisfatório para a franquia e
para o empreendimento ou proprietário. Se os limites das partes não se
interseccionarem, será prudente declinar ou postergar para outro momento mais
oportuno. Literalmente, abrir a qualquer custo é uma ameaça para a vida da
unidade.
Por fim, uma terceira prática é ter uma política de
preferência de franqueados para a abertura de novos pontos, que previna
problemas e vislumbre uma parceria de longo prazo. Gosto da visão dos três gês:
geografia, gestão e grana, que pondera a proximidade física do dono em relação
aos seus negócios e à sua residência, a capacidade de gestão nos aspectos
operacionais e a consideração do capital disponível para o investimento
inicial, sem a necessidade de endividamento.
Some a essas três práticas um plano de mídia
inteligente, que traga leads qualificados, e uma estrutura que
favoreça a colaboração e conte com pessoas talentosas. Dessa forma, certamente,
você estará diante de uma alta probabilidade de sua rede de franquias
experimentar um boom sustentável de expansão.
Num cenário mundial de crises sobrepostas, o time da franqueadora e os empresários de franquias investem dor e amor. Dor, que implora resiliência e esforços diante da imprevisibilidade e do caos que insiste em nos desafiar. E amor, que aparece na gana por servir, gostar de pessoas, curtir a marca e, a cada dia, experimentar a doce arte de inventar alegria.
Patrick Galletto - diretor de Negócios – Franquias
e B2E da The Fini Company Brasil
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