Dia
Nacional do Medicamento Genérico: um importante marco na popularização da saúde
no país
Há 23 anos, os medicamentos genéricos chegavam ao Brasil com o objetivo de ampliar o acesso a tratamentos eficazes, seguros e mais baratos. Uma grande conquista para nós! Se por aqui, a Lei dos Medicamentos Genéricos (nº 9.787) só entrou em vigor em 1999, a indústria de medicamentos genéricos teve origem muito antes: na década de 60. Foi uma iniciativa do governo dos Estados Unidos - primeiro país a adotar essa política - e posteriormente, muitos países da Europa também passaram a ter a sua Política dos Genéricos.
E o que torna essa lei tão especial?
Ela possibilita a comercialização de medicamentos com patentes expiradas para
empresas que têm interesse nessa produção. Por definição, os genéricos possuem
o mesmo princípio ativo, a mesma dosagem, a mesma fórmula farmacêutica e o
mesmo método de administração que medicamentos de referência, que foram
lançados primeiro no mercado. Antes de receberem a autorização para serem
comercializados, os genéricos passam por rigorosos testes de controle de
qualidade, como o de bioequivalência, que garante que eles serão absorvidos na
mesma concentração e velocidade que os medicamentos de referência.
Outro teste obrigatório antes da
exposição à venda é o de equivalência farmacêutica, que atesta que a composição
do produto é idêntica ao do medicamento inovador que lhe deu origem. Só então,
os genéricos são liberados para a venda pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, a Anvisa, que atesta a qualidade do produto. Dessa forma, temos a
garantia que os genéricos possuem o mesmo princípio ativo e efeitos no
organismo que os medicamentos de marca.
A prescrição deve ser feita pela denominação genérica do medicamento, que é o nome oficial do princípio ativo. Nos serviços de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) é obrigatória a prescrição pela denominação genérica e, nos demais serviços de saúde, cabe ao profissional responsável a decisão pelo nome genérico ou pelo nome de marca.
Atualmente, existem genéricos para mais
de 95% das doenças conhecidas, desde as mais simples às mais complexas, como
doenças do sistema cardiocirculatório, anti-inflamatórios, dermatológicos,
doenças respiratórias, oftalmológicos, oncológicos, contraceptivos entre
outros. Com isso, o consumo de medicamentos essenciais à manutenção da saúde
foi ampliado significativamente nos últimos anos.
Como, então, identificar um medicamento
genérico? Ele não tem nome comercial. O genérico apresenta na embalagem apenas
a descrição do princípio ativo, além de trazer a frase "Medicamento
Genérico - Lei nº 9.787, de 1999" para identificação do consumidor. A
caixa também possui particularidades como uma faixa amarela com a letra “G”
maiúscula. É o que estabelece a Resolução RDC n° 333, de 19 de novembro de
2003.
Apesar de equivalentes quanto aos
efeitos aos medicamentos de marca, os genéricos apresentam uma diferença
significativa no bolso. A lei estabelece que o medicamento genérico custe 35%
menos que o de referência e essa margem pode ser mais expressiva. Essa
diferença se dá porque os fabricantes não precisam investir em pesquisa para o
seu desenvolvimento já que as formulações estão definidas pelo medicamento de
referência. Como também não há marca a ser divulgada, não se faz necessário
investimento em propaganda. Graças ao seu custo menor, eles cumprem o papel de
ampliar o acesso da população aos medicamentos garantindo a continuidade ao
tratamento médico.
Os genéricos foram e continuam sendo um
grande aliado para os pacientes, especialmente para aqueles que necessitam de
tratamento para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. Desde 2000, a
economia gerada por essa classe de fármacos chega a 132 bilhões de reais,
segundo a PróGenéricos, Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos
Genéricos e Biossimilares, que congrega os principais laboratórios que atuam na
produção e comercialização desses produtos no país.
Importante ressaltar que, qualquer
medicamento -- com exceção dos de venda livre -- seja de marca ou genérico,
deve ser vendido mediante apresentação da prescrição médica. A automedicação é
uma prática perigosa que pode causar problemas à saúde.
Cleber
Martins - Farmacêutico da Drogarias Pacheco
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