Doença é a maior causa no mundo de perda irreparável da visão.
O Dia Nacional de Combate à cegueira pelo Glaucoma (26) traz uma boa nova para o brasileiro. De janeiro a março o SUS (Sistema Único de Saúde) realizou 93.235 consultas de diagnóstico e acompanhamento do glaucoma com exames de tonometria, fundoscopia e campimetria ante 88.775 no mesmo período de 2021. Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas a recuperação ainda é tímida, mas todo acréscimo no acompanhamento médico do glaucoma é bem-vindo. Isso porque, a doença é a maior causa no mundo de perda irreparável da visão.
Um levantamento exclusivo da equipe do oftalmologista no Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS que agrega todas as secretarias de saúde do País mostra que no período pré pandemia entre março de 2018 e dezembro de 2019 o SUS realizou 715,5 mil consultas de diagnóstico e acompanhamento do glaucoma. De março de 2020 a dezembro de 2021 foram 581 mil, uma redução de 23% ou 134,5 mil atendimentos diante do acelerado envelhecimento da população que aumenta o número de casos.
O oftalmologista explica que o
glaucoma é decorrente de enfermidades que dificultam o escoamento do humor
aquoso, líquido que preenche o globo ocular. Isso leva ao aumento da pressão
intraocular, comprime o nervo óptico, causando a degeneração e morte de suas
células.
Geralmente surge a partir dos
40 anos, mas pode surgir em bebês quando ocorre d má formação do ducto de
escoamento do humor aquoso. No Brasil atinge 2,5 milhões de pessoas ou 3% dos
que já passaram dos 40, podendo ter prevalência de 7,5% aos 80. Queiroz Neto
conta que metade chega à primeira consulta quando já perdeu a visão de um olho
ou mais de
40% dos prolongamentos do nervo óptico que conduz as imagens captadas pelo olho
ao cérebro. “O problema é que o custo do
tratamento é três vezes maior quando já chegou a este estágio e a visão
periférica perdida não é recuperada” comenta.
Grupos de risco
Quanto mais avançada a idade, maior o risco de desenvolver a doença. O
oftalmologista ressalta que o glaucoma
é também mais frequente em asiáticos por
terem a câmara do olho estreita, afrodescendentes e pessoas com miopia superior
a 6 dioptrias. “Na maioria das pessoas a causa é desconhecida, mas para quem
tem casos na família o risco é seis vezes maior. “São causas bem conhecidas o diabetes e hipertensão
arterial mal controlados. Podem causar o glaucoma neovascular que praticamente
dobra a chance de cegar”, salienta. Também devem prestar atenção quem faz
tratamento contínuo com corticoide, antidepressivo e medicamentos para inibir o
apetite que podem aumentar a pressão intraocular.
Tratamento
O tratamento é feito com
colírios que controlam a pressão interna
do olho, mas deve ser contínuo e o acompanhamento médico periódico é bastante
importante. Para quem tem o glaucoma de ângulo fechado Queiroz Neto afirma que
a aplicação de laser tem melhor resulta. “Neste mesmo grupo, há casos em que a
cirurgia de catarata libera do uso de colírio, embora não aconteça com todos. O
especialista ressalta que o essencial é usar o colírio de forma correta para evitar
a perda da visão.
As dicas do médico para
garantir o tratamento são:
·
Lave
as mãos antes de aplicar o colírio.
·
Verifique
no frasco se é recomendado agitar o produto antes de usar.
·
Incline
a cabeça para trás.
·
Flexione
a pálpebra inferior com o indicador.
·
Com
a outra mão segure o dosador.
·
Coloque
o medicamento sem relar no bico dosado, evitando a contaminação.
·
Pressione
com o polegar o canto interno do olho para reduzir efeitos colaterais.
·
Feche
os olhos por 3 minutos para garantir o efeito.
·
Se
usar lentes de contato retire-as antes da aplicação.
·
Recoloque
as lentes de contato depois de 10 minutos da aplicação.
·
Em
caso de prescrição de mais de um colírio aguarde 15 minutos entre um e outro.
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