A doença costuma ser silenciosa e os sintomas só se tornam evidentes quando chegam a estágios mais avançados
Segundo dados do INCA
(Instituto Nacional de Câncer), o câncer de esôfago é o oitavo mais frequente
no mundo, atingindo duas vezes mais homens do que mulheres. A doença, que
compromete o tubo que liga a garganta ao estômago, está entre a de maior
morbidade dentre as doenças neoplásicas do trato digestório. Porém, quanto mais
precocemente se detecta, maiores são as chances de cura. Dentre os subtipos de
câncer de esôfago, temos adenocarcinomas e carcinomas epidermóides. Estes
últimos são responsáveis por cerca de 96% dos casos.
O oncologista do
Instituto de Câncer de Brasília, doutor Rafael Botan, afirma que o câncer de esôfago é uma doença
silenciosa, onde os sintomas só se tornam evidentes quando chegam a estágios
mais avançados. “Muitas vezes, quando diagnosticado, ele já começou a
disseminar células cancerosas pelo sistema linfático ou pelo sangue, para
outros órgãos saudáveis”, aponta. “Os pacientes devem ficar atentos até aos menores
sintomas, especialmente se tiverem hábitos de risco ou história familiar para
esta neoplasia. Os principais sintomas relacionados ao câncer de esôfago
incluem: dificuldade para engolir, azia, tosse, rouquidão, perda de peso sem
causa aparente, indigestão e dor no peito”.
O
médico afirma que o consumo frequente de bebidas
muito quentes, hábito comum em algumas regiões do Brasil, uso de bebidas
alcoólicas e o tabagismo são alguns dos principais fatores que contribuem para
o surgimento da doença. "É recomendado que as pessoas tenham uma
alimentação balanceada, além de evitar o consumo dos itens que aumentam os
riscos”, ressalta Rafael.
Diagnóstico
e Tratamento
O melhor exame para o diagnóstico do
câncer de esôfago é a endoscopia digestiva alta. Trata-se de um exame
relativamente simples em que uma câmera é utilizada e há a visão direta da
lesão pelo médico, mesmo em estágios bastante iniciais da doença. O diagnóstico
é confirmado após uma biópsia. “O tratamento pode ser feito com a remoção do
câncer, radioterapia e/ou quimioterapia, de acordo com o estágio e as condições
clínicas do paciente”, afirma. “Em casos de diagnóstico muito precoce, pode ser
tratado por ressecção local, sem a necessidade de um procedimento cirúrgico”,
conclui o médico.
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