Em vez de salário e benefícios, alguns profissionais estão em busca de um projeto de vida. Essa tendência tem sido observada principalmente entre os mais jovens, que sonham com um estilo profissional baseado em suas próprias crenças e valores.
Segundo a pesquisa realizada pelo Think Google, 85%
dos profissionais da Geração Z, aqueles nascidos entre 1995 e 2010, estão
dispostos a doar parte do seu tempo para alguma causa. Contudo, vale destacar
que essa não é a realidade da maioria.
É fato que, com o advento da informação, as pessoas
se tornaram mais criteriosas, buscando trabalhar em empresas cujos valores e
propósitos compactuam. Entretanto, essa possibilidade ainda é restrita às
grandes cidades e às áreas onde a oferta de vagas é maior que a de
profissionais para ocupá-las, como é o caso de tecnologia.
Na maior parte do país, o que ainda se vê é a busca
por uma remuneração capaz de proporcionar conforto e bem-estar ao trabalhador e
sua família. O propósito vem, na maioria das vezes, em segundo lugar. Junto
dele, a oportunidade de trabalhar em um projeto no qual se acredita e ofereça
uma oportunidade de crescimento profissional.
Somado a isso, os profissionais também buscam
flexibilidade para conciliar atividades profissionais e pessoais, bem como a
estabilidade na empresa, onde seja estabelecida uma relação duradoura. O status
que determinada empresa ou cargo pode oferecer, também conta. Satisfazer o
próprio ego é importante para muitos.
Entre os critérios determinantes, a liderança ainda
possui um papel decisivo na escolha por uma empresa em detrimento de outra. O
líder precisa inspirar seu time, sendo capaz de fazer as pessoas se
desenvolverem ao mesmo tempo em que faz entregas, demonstrando sua capacidade
de gerar resultados.
Para quem deseja ter o poder da escolha – em vez de
apenas torcer para ser escolhido – cabe buscar diferenciais. É preciso entender
as tendências do mercado, buscando cruzar os interesses entre suas paixões e
habilidades e as demandas das empresas. É importante fazer o que gosta, mas é
determinante entregar o que o empregador espera.
E, se tornar um profissional raro e desejado nunca
foi tão simples. Ninguém mais precisa ficar limitado à formação acadêmica
tradicional. Felizmente, hoje existe uma infinidade de cursos de qualificação
que podem ser realizados de qualquer lugar e até de graça. Enxergar as
oportunidades e se preparar para elas é o que faz a diferença, assim como
processos de reciclagem constante.
Também é importante cuidar da sua autoimagem. Além
de ser valorizado pelas entregas que trouxe às empresas que trabalhou, o
profissional precisa construir sua reputação nas redes sociais, buscando
holofotes para o seu perfil de forma estratégica e alinhada aos seus objetivos.
Outra tática relevante é fazer networking.
Compartilhar experiências e estar ao lado de quem tem grandes feitos para
contar é fundamental para o crescimento de qualquer profissional, seja qual for
a sua área de atuação.
Independentemente do que buscam as empresas ou os
profissionais, é inegável admitir que as relações de trabalho mudaram
completamente a sistemática dos processos seletivos. As relações evoluíram,
assim como as pessoas e as organizações. Buscar a conciliação entre os
interesses de cada um, assim como a construção de carreiras e resultados
promissores é o desafio que todos esperam superar.
Fernando Poziomczyk - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.
Wide
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