Com mais de 11 mil casos de câncer de cérebro previstos em 2022, campanha se torna essencial para reconhecimento dos sintomas e tratamentos
Maio recebe a cor cinza em atenção a divulgação de informações acerca do câncer cerebral, com atenção aos sintomas, diagnóstico e tratamento precoce para que o médico possa atuar o quanto antes para dar a chance do paciente se recuperar o mais breve possível e restar o mínimo de sequelas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se 11.090 novos casos de câncer cerebral em 2022 no Brasil, sendo 5.870 em homens e 5.220 em mulheres. Atualmente, esse tipo de câncer ocupa a décima posição entre os tumores mais frequentes nas mulheres brasileiras e a décima primeira posição entre os homens.
Segundo o neurocirurgião especialista, Dr. André Borba, o câncer significa a multiplicação descontrolada de um tipo específico de célula. “Isso acontece em outros tipos de tumor, como no fígado, no pulmão, no intestino, e não seria diferente no cérebro. A questão é que o cérebro tem vários tipos de células que fazem parte tanto do próprio tecido cerebral, como dos elementos que protegem o cérebro. Então, quando se fala em câncer cerebral, a gente está falando de uma multiplicação de tecidos que podem ser de várias origens”, explica.
Fatores de risco
Alimentação controlada, evitar fumar, controlar a exposição a agentes que são causadores de câncer, sendo o caso de elementos químicos como benzeno, fumaça, nicotina são hábitos que previnem contra a ocorrência de tumores não só do cérebro, mas de todo o organismo. O neurocirurgião que também atende no Hospital Anchieta de Brasília explica que a causa principal é por mutação genética, “o meningioma é o tumor cerebral benigno mais comum chegando a atingir três vezes mais as mulheres. Outro tumor, como o glioma, pode ter frequência igual ou aumentada para o lado masculino. No geral, são pequenas tendências. Na prática continuamos recomendando as condutas de prevenção para ambos os gêneros”.
Ele explica ainda que em pessoas idosas é mais comum aparecer tumores como os meningiomas, “são lesões que levam algum tempo para se formar, e que, por isso, vão aparecer em pessoas com mais idade. Tudo depende da multiplicação descontrolada de uma célula do sistema nervoso central”, explica.
Sintomas
Os tumores intracranianos promovem fortes dores de cabeça, alterações sensitivas, com perda de sensibilidade e força de alguma parte ou lado do corpo, náusea, vômito, alterações visuais e até convulsões. “Isso acontece dependendo do tamanho do tumor e do local onde ele está. É isso que vai dizer os sintomas. Cada área do cérebro é responsável por uma determinada função. O tumor provoca uma disfunção no local onde ele aparece. Muitas vezes é possível dizer onde o tumor está localizado baseado apenas nos sintomas que o paciente relata mesmo antes de qualquer exame de imagem”, relata o neurocirurgião.
“Depende do local do tumor e do grau de agressividade, ao fazer a retirada do tumor por cirurgia é possível reverter completamente os sintomas nem nenhuma sequela ao paciente. Por isso é importante explicar a importância do diagnóstico precoce, pois, começando o tratamento o quanto antes, é possível deixar o paciente sem nenhuma sequela ou lesão”, conclui o Dr. André.
Retirada do câncer
A cirurgia para retirada do câncer vai depender do local onde está o tumor. O neurocirurgião explica ainda que “se a gente estiver falando de um tumor profundo, vamos precisar fazer um acesso mais cuidadoso e delicado, em que o cirurgião aborda o cérebro através de uma pequena janela feita no osso, a partir daí acessando o tecido cerebral. Com o auxílio de aparelhos muito específicos, como o microscópio cirúrgico, a neuronavegação e a ultrassonografia intraoperatória é possível localizar tumores profundos e fazer uma dissecção cuidadosa da lesão. Quando o tumor é mais superficial, a localização facilita a retirada”.
Como explica o especialista, há os tumores malignos e tumores benignos, mas como o crânio é uma caixa fechada, qualquer lesão provoca aumento das pressões no cérebro. “Os tumores benignos, mesmo que não invadam o tecido cerebral, podem causar bastante dano se não tratados a tempo. Já os tumores invasivos, malignos em sua totalidade, ainda por cima invadem e destroem áreas cerebrais”, conclui a explicação.
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