Bueno, Mesquita & Advogados já prepara notificações extrajudiciais exigindo o cumprimento de acordos superiores a R$ 2 milhões
A crise no abastecimento de fertilizantes já faz
com que empresas do agronegócio e produtores rurais sofram com o descumprimento
contratual por parte de fornecedor do insumo. O alerta é do Bueno, Mesquita
& Advogados, escritório especializado em Direito Agrário, onde os advogados
já preparam notificações extrajudiciais exigindo o cumprimento de acordos superiores
a R$ 2 milhões.
De acordo com o escritório, o preço dos
fertilizantes já vinha sofrendo grandes alterações desde o ano passado,
motivado pela disparada do dólar e pela inflação, que elevou os custos dos
combustíveis, da mão de obra, das peças e do minério de ferro. A situação
começou a sair do controle em fevereiro de 2022, quando o fornecimento de
fertilizantes vindos da Rússia foi interrompido em razão o conflito armado na
Ucrânia. Segundo dados da Comex Stat, da produção russa no ano de 2021, cerca
de 23% dos insumos foram importados pelo Brasil.
Em relação ao início do ano, a alta no preço dos
fertilizantes já chega a 200% conforme levantamento feito por analistas do
escritório. “Alguns fornecedores, que fecharam contratos com o preço antigo, se
recusam a fazer a entrega”, explica a advogada Mariana da Silva. “Para eles é
mais vantajoso repassar os insumos a quem está comprando agora, praticando
valores já reajustados, entretanto, com essa manobra, descumprem contratos
firmados”, esclarece.
Segundo Mariana, o produtor rural normalmente
adquire todos os insumos para a próxima safra com antecedência. Nesse cenário,
muitos produtores brasileiros já compraram seus fertilizantes no primeiro
semestre de 2022 para plantar a safra nos meses de setembro, outubro e novembro
de 2022. “A quebra dos contratos vem obrigando os agricultores a buscar
alternativas para a produção, como buscar uma consultoria agronômica e fazer
uso racional de fertilizantes, usando a reserva de solo”, diz a advogada.
Recomendações
O escritório recomenda que produtores formalizem
contratos bem estruturados, com previsões claras, que protejam ambas as partes
e que possa abarcar as obrigações e penalidades por descumprimento. Entretanto,
antes da formalização do acordo é preciso prospectar empresas no mercado que
desenvolvam suas operações com seriedade, com solidez e tempo de atuação no
ramo.
Com a disparada dos preços dos fertilizantes e a
eventual quebra de contratos por parte de fornecedores, o Bueno, Mesquita &
Advogados explica que produtores e empresas do setor têm preferido firmar
contratos em dólar para se proteger da volatilidade do câmbio. O escritório
aconselha, especialmente, a não adiantar os valores, fixando o pagamento para a
data de entrega do insumo.
Caso o produtor tenha adquirido o fertilizante a um
preço justo, o escritório recomenda estocar o insumo com segurança. Para isso,
entretanto, é importante que a propriedade disponha de uma infraestrutura
adequada para armazenamento. “É fundamental redobrar a atenção contra furtos e
roubos, já que esses produtos estão sendo alvos de criminosos dado o preço
elevado, além de serem produtos que necessitam de proteção contra umidade
durante o armazenamento”, conclui Mariana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário